Pegada de dinossauro de 166 milhões de anos é descoberta por acaso
Um novo estudo publicado na revista Proceedings of the Yorkshire Geological Society apresenta a descoberta de uma pegada de dinossauro com 80 centímetros de comprimento na costa de Yorkshire, na Inglaterra. Com cerca de 166 milhões de anos, o registro é o maior já encontrado na região e, provavelmente, pertence a um espécime de megalossauro.
Essa impressão recorde foi encontrada pela arqueóloga Marie Woods em abril de 2021. Ela conta que encontrou o fóssil completamente por acaso em uma trilha ainda desconhecida pelos locais. Em contato com os paleontólogos do sítio, descobriu que o registro é similar a cinco outras pegadas semelhantes na área.
Essa, porém, é a maior registrada desde 1934. “Essa importante descoberta acrescenta mais evidências de que gigantes carnívoros já vagaram por esta área durante o Jurássico. O tipo de pegada, combinado com sua idade, sugere que foi feito por um feroz dinossauro semelhante ao megalossauro, com uma possível altura da anca entre 2,5 e 3 metros”, descreve, em nota, John Hudson, autor principal do artigo publicado.
Depois da sua identificação, foi realizada uma ação de recuperação do registro, retirando-o da orla para evitar a erosão e os danos causados pela maré ou deslizamentos de terra. O material agora está sob a posse do Scarborough Museums and Galleries, onde será, posteriormente, posto em exibição ao público com as outras pegadas fósseis do Museu Rotunda, assim que o processo de conservação for concluído.
Dean Lomax, outro autor do estudo, afirma que “esse espécime não apenas representa a maior pegada de terópode encontrada em Yorkshire, mas, ao estudar o ângulo da pegada, sua forma e as impressões das garras, o fóssil fornece informações sobre o comportamento desse indivíduo de cerca de 166 milhões de anos atrás”. Segundo ele, as características do achado podem até sugerir que o predador estava agachado antes de se levantar.
Ilustração gráfico do Megalossauro — Foto: Divulgação/James McKay
Mike Romano, da Universidade de Sheffield, lembra que a região é conhecida como a Costa dos Dinossauros. “As pegadas indicam um ecossistema diversificado de animais, incluindo carnívoros e herbívoros que percorriam a planície costeira jurássica e o complexo fluvial há cerca de 160-175 milhões de anos”, destaca.