Mineração em alto-mar prejudica saúde mental das baleias-azuis, alertam cientistas
A mineração em alto-mar pode estar causando danos irreparáveis às baleias-azuis e outras criaturas marinhas raras, alertaram os cientistas. Um artigo revisado por pares publicado pela Universidade de Exeter e pelos Laboratórios de Pesquisa do Greenpeace enfoca a sobreposição entre cetáceos (como baleias, golfinhos e botos) e locais-alvo para mineração em alto-mar, especialmente no Oceano Pacífico. Os autores alertam que pesquisas urgentes são necessárias para avaliar as ameaças a esses mamíferos.
A pesquisa, publicada na Frontiers in Marine Science, descobriu que a poluição sonora em particular pode causar danos aos animais sensíveis e inteligentes. Os cientistas disseram que a perturbação seria constante para os mamíferos marinhos, semelhante a uma construção barulhenta em uma vizinhança humana da qual era impossível escapar.
Até agora, as avaliações dos impactos da mineração se concentraram nas espécies do fundo do mar, pois essa é a área diretamente minerada. No entanto, os cientistas dizem que o impacto sobre os cetáceos e outros animais de grande porte que podem sofrer danos causados pela poluição sonora precisa ser avaliado com urgência antes que a permissão para mineração comercial seja concedida.
Golfinhos e cachalotes estão entre as 25 espécies de cetáceos encontradas na Zona Clarion-Clipperton (CCZ, na sigla em inglês) entre o México e o Havaí, no Oceano Pacífico, segundo o jornal. No entanto, as mineradoras estão interessadas em extrair metais e minerais do fundo do mar nesta área, que se acredita ser rica em materiais valiosos.
Até agora, 17 contratos exploratórios de mineração em alto-mar foram concedidos nesta parte do Oceano Pacífico. Embora as empresas de mineração em águas profundas ainda não tenham recebido permissão para começar a minerar comercialmente, elas estão pedindo luz verde aos governos pela primeira vez em julho. Ativistas e cientistas alertam que, se permitido, as máquinas podem funcionar 24 horas por dia, produzindo sons em profundidades variadas que podem se sobrepor às frequências que os cetáceos usam para se comunicar.
Fonte: Um Só Planeta