Cientistas descobrem como trevo pode ajudar a combater mudanças climáticas
Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas, Ambientais e Rurais (Ibers) da Universidade de Aberystwyth, no País de Gales, receberam 3,3 milhões de libras do governo do Reino Unido para pesquisar, em parceria com a iniciativa privada, o potencial do trevo e de outras leguminosas no combate aos efeitos das mudanças climáticas.
O estudo esclarece como estas plantas poderiam ajudar a reduzir as emissões de carbono pela pecuária.
Segundo os cientistas, a produção britânica de ovelhas e bois é altamente dependente de pastagens, que são cultivadas com fertilizantes nitrogenados. O problema é que o processo de fabricação de uma tonelada desses insumos químicos libera até 8 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera.
“Também são uma fonte de perdas de nitrato para nossos cursos d’água. Eles são caros e os agricultores têm enfrentado uma enorme volatilidade nos preços, especialmente nos últimos dois anos, quando as flutuações de preço foram em torno de 300%”, diz o diretor-geral da empresa Germinal, Paul Billings, em nota.
Enquanto isso, os trevos têm potencial para fixar o carbono da atmosfera e compartilhá-lo com outras gramíneas no mesmo campo. Além disso, algumas espécies têm compostos chamados taninos, que podem reduzir as emissões de metano por bois e ovelhas.
Estimativas preliminares indicam que uma pastagem com bom teor de trevo pode fixar, em média, entre 100 e 150 quilos de nitrogênio por hectare por ano. Desse total, a planta precisaria de cerca de 75 quilos para se manter e o restante ficaria disponível para as outras plantas.
O projeto é financiado pelo Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do governo do Reino Unido através do Programa de Inovação Agrícola.
As autoridades britânicas assumiram o compromisso de zerar as emissões até 2050, o que exigirá uma diminuição de 78% na liberação de cases pela pecuária até 2035.