Grande Muralha Verde da África não deve ficar pronta até 2030, diz presidente de convenção da ONU contra desertificação
A aguardada Grande Muralha Verde da África (Great Green Wall ou GGW, na sigla em inglês) da África não deverá ficará pronta até 2030, como era o plano inicial. A informação foi dada por Alain Richard Donwahi, atual presidente da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), à Reuters.
Segundo ele, a iniciativa, que visa restaurar paisagens degradadas e impulsionar economias em todo o continente africano, está 30% concluída e tem pouco dinheiro em caixa. “O projeto enfrenta desafios substanciais, principalmente em termos de financiamento e implementação”, afirmou.
A estimativa é que são necessários pelo menos mais US$ 33 bilhões (aproximadamente R$ 177,6 bilhões) para que a meta de 2030 seja cumprida, de acordo com uma avaliação dos progressos realizados pela UNCCD.
Doadores internacionais prometeram cerca de US$ 19 bilhões (R$ 102,1 bilhões) em 2021, mas, até março do ano passado, apenas US$ 2,5 bilhões (R$ 13,4 bilhões) haviam sido recebidos.
Donwahi salientou que os fundos prometidos estão sendo distribuídos para diferentes trabalhos que podem ser dedicados ao desenvolvimento internacional, mas não necessariamente à Grande Muralha Verde. E acrescentou que seria necessário mais investimento por parte dos doadores internacionais, do setor privado e dos próprios países coordenadores da iniciativa.
100 milhões de hectares de terra
Lançada em 2007, a GGW espera restaurar 100 milhões de hectares de terra entre o Senegal e Djibouti, criando uma área de 15 quilômetros de largura e 8 mil quilômetros de comprimento de árvores, vegetação, pastagens e plantas.
O projeto se estende por 11 países africanos e beneficiará algumas das nações mais pobres do mundo na orla do Deserto do Saara, incluindo Etiópia, Mali e Sudão.