Investigadores da Universidade do Porto iniciam monitorização oceanográfica no Norte do país
Investigadores da Universidade do Porto (U. Porto) vão iniciar um programa de monitorização oceanográfica a Norte durante os próximos quatro dias, para recolher informações que vão “da bactéria à baleia” entre Espinho e Caminha, foi hoje anunciado.
Em comunicado, a U. Porto refere que, nas campanhas de monitorização, estão envolvidas equipas da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR).
As campanhas oceanográficas, desenvolvidas no âmbito do projeto ATLÂNTIDA, vão decorrer durante quatro dias consecutivos e percorrer “todo o mar territorial” do Norte do país, “cobrindo a área marinha de Espinho a Caminha” até às 12 milhas náuticas (cerca de 22 quilómetros) da costa.
De acordo com a U. Porto, o objetivo é dar início a “um programa de monitorização completo do mar do Norte”, através da recolha de informação físico-química e biológica, estando previstas nos próximos três anos, mais cinco campanhas oceanográficas semelhantes.
Estão também previstas “saídas de mar mais curtas” para a recolha de dados adicionais na região do Porto, acrescenta a universidade.
A monitorização da ocorrência e diversidade de espécies de cetáceos (golfinhos e baleias), a recolha de amostras para o estudo das dinâmicas populacionais, o estado de saúde dos animais e a presença de material genético na água serão algumas das investigações levadas a cabo.
“O trabalho será complementado com leituras acústicas que permitirão detetar cetáceos submersos e analisar a paisagem acústica da área”, refere a U. Porto.
A par da monitorização de cetáceos, nas campanhas oceanográficas vão também ser recolhidas amostras para o estudo de microplásticos e para a caracterização da diversidade das comunidades microbianas (bactérias e fitoplâncton).
“Serão ainda medidos parâmetros físico-químicos ao longo da coluna de água e em diferentes estações de amostragem, para investigar a dinâmica oceânica da região”, acrescenta.
O projeto ATLÂNTIDA visa desenvolver “uma plataforma para a monitorização” do Atlântico Norte e “ferramentas para a exploração sustentável dos recursos marinhos”.
“Os dados e amostras recolhidos serão fundamentais às diversas linhas e equipas de investigação envolvidas no projeto”, salienta.
Liderado por investigadores do consórcio UNorte.pt (U. Porto, Universidade do Minho e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) e do CIIMAR, o projeto é cofinanciado em cerca de três milhões de euros pelo programa Norte 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
Fonte: Greensavers