Usando apenas sucata, inventor consegue levar eletricidade para uma vila inteira no Malauí
“Para inventar algo, você só precisa de uma boa imaginação e um monte de lixo“, disse uma vez Thomas Edison (1847-1931), um dos maiores inventores de seu tempo.
Bem, o inventor Colrerd Nkosi tinha todo o lixo de que precisava – e a vontade de levar eletricidade para seu pequeno vilarejo no Malauí, uma pequena nação do leste africano.
O jovem não apenas alcançou seu objetivo (e beneficiou milhares de estudantes), mas também ganhou um prêmio concedido pela Rainha da Inglaterra! 🤩
Assim como Thomas Edison, o eletricista fez muitos experimentos antes de chegar ao resultado final. No começo, ele colocou uma espécie de bicicleta no rio próximo ao vilarejo e pensou como a correnteza poderia mover os pedais para gerar força.
Por fim, ele teve a ideia de usar um velho compressor de geladeira para converter energia suficiente para 6 residências. Seus vizinhos pediram por mais, então Colrerd continuou a pensar em algo que pudesse servir a comunidade inteira.
De acordo com o inventor autodidata, sua última turbina tem potencial para produzir energia suficiente para fornecer eletricidade a 1.000 casas e diz que outra turbina pode ser instalada e expandir a rede.
A energia hidrelétrica tem como principal benefício o baixo impacto ao meio ambiente. De quebra, a invenção do rapaz vai reduzir o desmatamento na comunidade, uma vez que os moradores não precisarão cortar árvores para obter carvão.
Em um país onde apenas 11% da população tem acesso à eletricidade, ter uma fonte confiável e renovável de energia mudou o jogo – especialmente nas escolas.
“No passado, tínhamos que estudar à luz de velas e sempre que não havia dinheiro para comprar velas, não podíamos estudar”, disse o estudante Gift Mfune à agência AFP. “Agora que temos acesso à eletricidade, muitos mais de nós poderemos estudar e passaremos nos exames.”
A força motriz criada por Colrerd (batizada de Usina Hidrelétrica Kasangazi) não gera lucro. Na verdade, a única cobrança pelo seu serviço é uma taxa de manutenção de R$ 6 por mês (950 Kwacha malawianas, a moeda do Malauí).
Cerca de 2 mil pessoas se beneficiaram diretamente da eletricidade sustentável gerada pelo inventor. Por sua invenção, ele ganhou o prêmio “Point Of Light”, concedido pela própria Rainha Elizabeth II, da Grã-Bretanha, por sua dedicação à inovação.
Para além de literalmente trazer luz aos seus vizinhos, o sonho de Colrerd é trazer “iluminismo” para eles também – por meio da educação.
Atualmente, o jovem dá aulas práticas de noções básicas de carpintaria e engenharia para crianças dos vilarejos próximos, e espera expandir suas habilidades por meio de mais estudos na área de Eletricidade.
“Gostaria de encontrar um patrocinador para me ajudar a cumprir meu plano de voltar à escola para aprofundar meus conhecimentos e transmitir o que aprendi a outras pessoas”, completou o rapaz.
Fonte: GNN / Razões para Acreditar
Fotos: Arquivo pessoal / Colrerd Nkosi