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Técnica possibilita estudar peixes da Amazônia sem capturar animais

Técnica possibilita estudar peixes da Amazônia sem capturar animais
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Trecho de rio em que o DNA ambiental foi comparado com os espécimes capturados; objetivo dos pesquisadores é depositar em bancos de dados públicos sequências de material genético de todas as ordens, famílias e da maioria dos gêneros de peixes amazônicos (Foto: David de Santana)

Uma expedição científica pela bacia do rio Javari, na fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, mostrou ser viável usar o chamado sequenciamento de DNA ambiental para investigar a diversidade de peixes da Amazônia.

O método consiste em extrair as moléculas de DNA presentes em amostras de água para depois avaliar, por meio de marcadores genéticos, a quais espécies pertencem. Publicado na revista Scientific Reports, o estudo também abordou as limitações atuais da técnica para o estudo de ambientes altamente diversos, como o amazônico.

“Precisamos continuar capturando e identificando os animais pelos métodos tradicionais para criar bibliotecas de material genético. Elas servirão de referência para comparar com o que for encontrado nas amostras de água. Com os avanços da técnica, é possível que em alguns anos possamos saber todos os peixes presentes num lugar sem capturá-los”, diz Carlos David de Santana, pesquisador associado do Museu Nacional de História Natural da Smithsonian Institution, nos Estados Unidos, e primeiro autor do estudo.

O trabalho integra o projeto Diversidade e evolução de Gymnotiformes, apoiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e coordenado por Naércio Menezes, professor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP). “A extração do DNA de amostras de água cria uma expectativa extremamente favorável à preservação do meio ambiente, pois os meios usuais de coleta de amostras de animais que vivem no ambiente aquático incluem uso de redes e outros apetrechos de pesca, que acabam causando impactos”, explica Menezes, coautor do artigo.

Durante 18 dias, o grupo de pesquisadores percorreu toda a bacia do rio Javari. Em três dos 46 pontos onde ocorreram as coletas de peixes foram colhidas amostras de água. No total, a coleta resultou no surpreendente número de 443 espécies capturadas, sendo mais de 60 delas novas para a ciência.

Fonte: Ambiente Brasil

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Trajano Xavier

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