Conhecida como taricaya no Peru e como tracajá no Brasil, a espécie Podocnemis unifilis é classificada como quase ameaçada
Milhares de filhotes de tartaruga estão sendo devolvidos à natureza na Amazônia peruana, numa mobilização que visa preservar as chamadas taricayas — que é como os peruanos se referem à espécie Podocnemis unifilis. No Brasil, elas são conhecidas como tracajás.
Consumir sua carne já foi uma tradição entre os povos amazônicos e essa prática ocorre até hoje, mesmo que ilegalmente. Além disso, as tracajás também comercializadas como animais de estimação. Por fim, a depredação do habitat também representa um risco à espécie, classificada hoje como quase ameaçada (NT).
No Peru, o trabalho de preservação desses animais engloba regiões como a Reserva Nacional Pacaya Samiria e o Parque Nacional Alto Purus. De acordo com o Servicio Nacional de Áreas Naturales Protegidas (SERNANP), órgão peruano de preservação, ambientalistas já organizaram 43 grupos de manejo que contam com o envolvimento de quase 500 famílias ribeirinhas. Essas pessoas estão diretamente envolvidas no cuidado com milhares de filhotes criados em cativeiro, que são periodicamente devolvidos à natureza.
Em conjunto, o SERNANP, o Ministério do Meio Ambiente do Peru, a instituição Profonanpe (Fondo Ambiental del Peru) e o comitê de gestão da Reserva Nacional Pacaya Samiria lançaram a campanha Apadrina Uma Taricaya, que funciona como uma vaquinha virtual para manter o projeto vivo.
“Ser parte desta experiência me emocionou até as lágrimas, porque me dou conta de que sim, podemos gerar verdadeiras mudanças”, diz Zsa Zsa Frayssinet, peruana que cria conteúdo sobre viagens na internet e que dividiu com seus seguidores a experiência de participar do Festival de la Tortuga de Agua Dulce — a liberação dos filhotes na natureza.
Fonte: Revista Galileu