De acordo com as previsões mais pessimistas, isso já poderia ocorrer a partir de 2060 na maior parte do Ártico; intensificação das chuvas acelera o derretimento das calotas polares
Com o aquecimento do Ártico, as chuvas poderão em breve superar a neve como a precipitação mais comum do Polo Norte da Terra. De acordo com um novo estudo publicado nesta semana na Nature Communications, a situação pode ser irreversível em algumas áreas boreais, como a Groenlândia e o Mar da Noruega, mesmo se o aumento da temperatura média do planeta for contido em 1,5oC-2oC com relação aos níveis pré-industriais, como definido pelo Acordo de Paris.
Os autores utilizaram modelos climáticos para estimar quando, como e onde a mudança da neve para a chuva pode acontecer no Ártico nas próximas décadas. Nos cenários mais pessimistas, nos quais as emissões de gases de efeito estufa não são reduzidas a partir de 2020, essa transição pode estar consolidada entre 2060 e 2070 na maior parte do Ártico, com as chuvas se tornando mais frequentes e a neve, mais escassa, durante o outono. Estudos anteriores estimavam que isso poderia acontecer apenas a partir de 2090 nesses cenários.
A troca de neve por chuva no Ártico não terá efeitos climáticos apenas locais. A intensificação das chuvas acelerará o derretimento das calotas polares, reduzindo a reflexão natural de parte da radiação solar de volta para o espaço, ampliando assim a quantidade de calor absorvido pelo planeta e, por tabela, aquecendo-o ainda mais.
Legenda da foto: Groenlândia: a transição de neve para chuva poderá ser irreversível a partir da década de 2060
Fonte: Revista Planeta