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Abelhas levam gerações para se recuperar de efeitos nocivos dos inseticidas

Abelhas levam gerações para se recuperar de efeitos nocivos dos inseticidas
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Exposição das abelhas a pesticidas pode ter efeitos piores do que se imaginava, alertam cientistas

Uma pesquisa publicada no Proceeding of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS) observou os impactos dos pesticidas nas abelhas. Foi comprovado que um único contato com certos tipos de inseticidas tem a capacidade de reduzir a população de abelhas significativamente.
Pouco se sabe sobre o impacto dos pesticidas em insetos. A maioria dos estudos focam nas consequências desses químicos no meio ambiente. Coube ao PNAS analisar o que aconteceria com as abelhas.

Redução da prole
Abelhas nativas da América do Norte foram analisadas por dois anos para a realização da pesquisa. A Osmia lignaria, conhecida nos Estados Unidos como “abelha de pomar azul”, é solitária e um importante agente polinizador.
O inseticida usado na pesquisa chama-se o imidaclopride, que é tóxico para as abelhas. O imidaclopride afeta diretamente o sistema nervoso desses insetos — causando um efeito no comportamento e na fisionomia das abelhas.

Foram estudados diversos tipos de exposição — no primeiro ano de vida das abelhas, primeiro e segundo anos ou apenas no segundo ano. Foi concluído que aquelas expostas enquanto ainda eram larvas geram 20% menos larvas. Já aquelas expostas em seu primeiro ano de vida geram 30% menos larvas. Abelhas expostas ao inseticida aos dois anos tiveram 44% menos larvas do que aquelas sem nenhum tipo de contato com o pesticida.
O uso do imidaclopride é proibido na União Europeia por conta de seus impactos negativos em insetos polinizadores, porém, sua confecção não é. Sua comercialização é permitida nos Estados Unidos e também no Brasil.

Quais as consequências para o futuro?
Mesmo se o uso desse pesticida fosse proibido hoje, seus efeitos ainda continuariam. As larvas que foram expostas, quando atingirem a fase adulta, já estarão irreversivelmente afetadas. O impacto do imidaclopride é cumulativo, e pode reduzir a população de abelhas por conta de seus resultados na reprodução do animal. Seu uso contínuo é uma ameaça para os insetos e para a polinização em geral, o que pode vir a ser um problema imensurável para o meio ambiente e inviabilizar a vida humana na Terra, já que as abelhas polinizam pelo menos 70% dos alimentos.
Algumas espécies de abelhas já estão entrando em extinção e a proteção desses insetos é urgente.

Fonte: eCycle

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Trajano Xavier

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