A vila de Ganvie, no Benin, também conhecida como a “Veneza da África”, passará por um projeto arquitetônico que consiste em casas inteligentes que se adaptam ao aumento do nível do mar
O formato arredondado do baiacu agora servirá de inspiração para uma inovação de grande impacto ambiental. Situada inteiramente na água, a vila de Ganvie, no Benin, também conhecida como a “Veneza da África”, passará por um novo projeto arquitetônico que consiste em casas inteligentes que se adaptam ao aumento do nível do mar.
Denominado ‘Puffer Village’, o conceito de design para a região é um esforço para encontrar uma solução mais duradoura para lidar com a histórica ameaça de elevação do nível do mar na região. Por enquanto, as comunidades da aldeia vêm construindo casas flutuantes de madeira. Mas essas estruturas costumam ser mal construídas e não podem suportar as marés altas, elas tendem a se desgastar com o tempo, colocando em risco a vida da população local.
O novo conceito se inspira na anatomia do baiacu, conhecido por inflar como um balão com água ou ar como defesa contra predadores. Imitando esse mecanismo de defesa, o conceito prevê um sistema flutuante de casas que pode inflar e esvaziar em resposta ao aumento do nível do mar e ao clima adverso.
De acordo com o Design Boom, o mecanismo funciona com a ajuda de dois sensores: um que responde aos níveis da água e outro às ondas altas. Em dias chuvosos com maré alta, o sensor de nível de água é acionado, acionando um ventilador de ar sob a casa flutuante. Isso faz com que uma “pele de balão” se encha de ar, permitindo que o corpo suba à superfície.
Durante a tempestade, outro sensor ativa um conjunto de poros na base da subestrutura, deixando a água entrar na pele. Isso aumenta o peso e a estabilidade da estrutura para evitar danos ou casas à deriva. Quando as condições são estáveis, a concha do balão fecha e o sistema se parece às casas típicas com telhados planos.
As casas também devem gerar a sua própria eletricidade por meio de um sistema de energia proveniente das marés instalado abaixo de cada estrutura. E a parte superior da pele do balão apresenta painéis solares flexíveis, possibilitando a geração de energia solar.
Fonte: Um Só Planeta