Conservacionistas criam método simples que reduz a morte de aves marinhas em 98%
As redes de pesca costumam matar cerca de 30 mil aves marinhas todos os anos, mas um simples método proposto por conservacionistas reduziu este número em 98%. A morte destas aves muitas vezes acontecem de forma acidental através das redes ou até mesmo quando elas se chocam com os barcos pesqueiros, mas a resposta para evitar estas mortes era mais simples do que poderíamos imaginar. Na Namíbia, após uma lei ser aprovada exigindo que os pescadores prendessem fitas coloridas na parte de trás de seus barcos, uma pesquisa mostrou que a medida ajudou a reduzir em 98% as mortes de albatrozes e outras aves marinhas.
Diferente de muitas espécies, o albatroz é considerado ameaçado, porém não devido à caça furtiva e sim à captura acidental. Foi quando a Royal Society for the Protection of Birds (RSPB) e a Força-Tarefa de Albatross (ATF) da BirdLife International se uniram para ajudar a prevenir estas mortes. Isso acontece por inúmeras razões, mas geralmente estes pássaros ficam presos nos anzóis de espinhel, ou colidem com os cabos de aço que puxam as redes de arrasto.
A solução é conhecida como “linhas que assustam pássaros” e nada mais é do que uma vara colorida montada na popa dos barcos. Nela, os pescadores podem amarrar fitas coloridas, que agem da maneira que o espantalho, afugentando os pássaros. Em estudo publicado na BBC, o conservacionista namibiano Titus Shaanika comemora os resultados: “Tem sido muito eficaz em todo o mundo, outras nações relataram sucesso além da Namíbia”, confirma.
Segundo ele, apesar de ter sido uma imposição proposta por lei, a medida foi bem recebida entre pescadores. “Não foi um grande desafio abordar os pescadores de pescada e convencê-los do valor das aves e por que a solução simples valia o pequeno investimento de tempo e energia”, afirma. O método também obteve sucesso na África do Sul e na América do Sul. Passamos tanto tempo bolando soluções mirabolantes, quando a resposta muitas vezes pode parecer mais simples do que parece.
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Fonte: Balaio do Bem