Produzido com materiais naturais, o capacete não usa combustíveis fósseis e pode ser compostado
As bicicletas são um dos meios de transporte mais sustentáveis disponíveis — pedalar faz bem para a saúde e para o planeta. Mas, quem circula de bike precisa estar seguro e o capacete é um fundamental. Pensando em oferecer uma alternativa sustentável também para este acessório, o escritório de design holandês Studio MOM criou um capacete ecológico, feito de cânhamo e micélio, nome da estrutura formada pelas hifas, ou raízes, emaranhadas dos fungos.
O MyHelmet é um capacete feito de materiais naturais sem o uso de combustíveis fósseis que, após o uso, pode ser compostado. Uma solução inovadora que ajuda a evitar a geração de resíduos, já que o recomendado para os ciclistas é trocar de capacete a cada três anos. Os capacetes disponíveis no mercado são, em sua maioria, feitos de a maioria dos capacetes de bicicleta é feita de poliestireno expandido, ou isopor, materiais difíceis de reciclar.
“MyHelmet se encaixa nos princípios da economia circular. Há emissões mínimas de CO₂, não requer nenhuma matéria-prima fóssil e o resultado final é 100% biodegradável”, explica Alessandra Sisti, a designer que desenvolveu o MyHelmet como projeto de graduação.
Sisti conseguiu desenvolver melhor sua ideia depois de ingressar no Studio MOM, testando uma ampla gama de composições de materiais para encontrar a solução mais eficaz. O isopor dos capacetes comuns é substituído por um micélio cultivado com uma dieta de flocos de cânhamo. Ao aquecer brevemente este micélio durante o processo de crescimento, o material fica rígido, leve e com baixa condutividade térmica, assim como o isopor.
A equipe do Studio MOM testou diferentes composições de materiais, garantindo que o micélio se ligue ao tecido de cânhamo que forma a alça e a pele externa, fornecendo suporte extra e eliminando a necessidade de cola.
O protótipo do capacete foi testado em sua forma, resistência, rigidez e fadiga do material. Foi realizada ainda uma simulação do teste de normas NTA, usado para avaliar se um capacete cumpre os requisitos do acordo técnico holandês, e os resultados foram positivos.
O fundador do Studio MOM, Mars Holwerda, agora espera encontrar parceiros para ajudar o estúdio a desenvolver o design de um protótipo para um produto comercial. “Ao desenvolver um novo processo, demos um passo considerável para usar a biofabricação de micélio em escala industrial. A indústria de bicicletas agora tem algo à sua disposição para parar o fluxo interminável de resíduos plásticos e EPS prejudiciais e sistemáticos”, afirma o empreendedor, que busca parceiros para viabilizar este projeto.
Fonte: CicloVivo