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Répteis pré-históricos chegaram ao tamanho de baleias e reinaram nos mares; ciência quer entender como

Répteis pré-históricos chegaram ao tamanho de baleias e reinaram nos mares; ciência quer entender como
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Kenneth Carpenter via Wikimedia Commons under CC BY-SA 4.0

Quando falamos sobre dinossauros, a palavra “grande” passa a ter um significado um pouco diferente, quando animais imensos habitavam a Terra em larga escala. Porém, nem todos os grandes répteis surgiram como gigantes, e o “pulo” do ictiossauro, fera dos mares que cresceu de 1,80 metro para 20 metros, começa a ser melhor compreendido por cientistas que investigam o período triássico, que iniciava há 250 milhões de anos atrás.

O mundo de então vinha se recuperando de um evento de extinção em massa, e estes grandes lagartos tentaram a vida nos oceanos de então. Hoje, fósseis encontrados muito longe dos mares, em locais como os Alpes suíços ou o estado de Nevada, nos Estados Unidos, provam que durante 50 milhões de anos essa espécie conseguiu aumentar muitas vezes o seu tamanho, colocando-se como o predador do topo da cadeia alimentar marinha.

A evolução do ictiossauro permitiu que ele crescesse até chegar ao tamanho de grandes baleias que conhecemos hoje, como a baleia-jubarte e a baleia-azul, em uma luta para definir o troféu de maior animal dos mares em todos os tempos, como mostra a reportagem da Smithsonian M

A partir de ancestrais terrestres, os ictiossauros rapidamente se adaptaram à vida na água e nadaram com movimentos similares aos das cobras de seus corpos – e alguns ficaram grandes muito rápido. No final do ano passado, paleontólogos descreveram um ictiossauro que provavelmente tinha mais de 15 metros de comprimento – aproximadamente do tamanho de uma baleia jubarte – que viveu cerca de 244 milhões de anos atrás.

Embora cinco milhões de anos sejam muito tempo em termos absolutos, os ictiossauros desenvolveram tamanhos gigantes em uma fração do período que as baleias levaram para fazer o mesmo, por exemplo. Por que?

Uma das questões analisadas são os hábitos alimentares. Enquanto as grandes baleias alimentam-se de pequenos organismos do mar, os ictiossauros eram mais parecidos com as orcas e as cachalotes, caçadoras implacáveis, de hábitos carnívoros. Os mares pré-históricos forneciam comida em abundância a esses gigantes, com ancestrais de polvos e lulas, além de tubarões e até mesmo outros ictiossauros.

A física da água também pode fornecer explicações para o triunfo destes animais de dimensões colossais. Quanto mais crescia o animal, mais músculos e força ele tinha em relação à área de sua pele em contato com a água, o que lhe dava poder de propulsão com menos dispersão de energia.

A força dos ictiossauros permitiu inclusive que ele não evoluísse como outros seres marinhos, que vão adaptando-se à forma da água e com tempo desenvolvendo o formato conhecido como “gota d’água” que vemos em grande parte dos peixes e mamíferos aquáticos.

Contudo, nem todo o mistério destes gigantes dos mares está esclarecido. Paleontólogos ainda trabalham para entender as cadeias alimentares, os ciclos de nutrientes e outros fenômenos naturais que possam ter interagido para permitir a evolução de criaturas e ecossistemas no período triássico.

“Acho que uma das principais razões pelas quais os ictiossauros atingiram tamanho gigante”, afirma o paleontologista Dean Lomax, da Universidade de Manchester, no Reino Unido. “Ninguém mais estava fazendo isso. Antes do aparecimento dos ictiossauros gigantes, os principais predadores dos mares eram grandes peixes e invertebrados”, observa, destacando que estas criaturas atingiam comprimentos de 6 metros, pequenos em relação aos superpredadores. “Os ictiossauros mudaram o jogo.”

Fonte: Um só planeta

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Trajano Xavier

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