Passagens de fauna silvestre foram instaladas em quatro pontos da cidade para contribuir com a conservação da fauna, especialmente do sauim-de-coleira, espécie endêmica da região de Manaus e em risco de extinção
Quatro passagens de animais silvestres foram instaladas por vias de Manaus em julho. As “passarelas” de fauna têm o intuito de promover a conectividade de fragmentos florestais nos locais que foram colocadas e contribuir com a conservação da fauna, especialmente do sauim-de-coleira, espécie endêmica da região de Manaus e em risco de extinção.
As passagens de fauna possibilitam o deslocamento dos primatas entre os fragmentos verdes, permitindo o fluxo gênico, a dispersão de sementes, a manutenção de maiores populações e, consequentemente, o aumento da biodiversidade.
“Esse trabalho é de extrema importância para a conservação do sauim-de-coleira de Manaus, que é uma espécie endêmica da região e está sob o risco de extinção”, reiterou o diretor de Arborização e Sustentabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Deyvon Braga.
As quatro passagens de fauna são frutos da parceria entre a Semmas e a iniciativa privada. A empresa Jabil Manaus, por exemplo, fez a aquisição de quatro postes e doou para a secretaria. Já a Amazonas Energia doou dois postes e disponibilizou a equipe para implantação, assim como o caminhão com cesto aéreo para a instalação das redes.
Outro apoio fundamental para a implantação das passagens de fauna foi o do professor doutor Marcelo Gordo, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), coordenador do projeto Sauim-de-Coleira, que disponibilizou o material das redes que fazem a conexão entre os fragmentos. Ele também realizou a instalação das passagens e ofereceu o assessoramento na indicação das áreas mais críticas para a instalação das passagens de fauna.
Um dos intuitos, segundo o professor, é colaborar com a travessia dos animais, principalmente do sauim-de-coleira, que historicamente costuma ter atropelamentos nas áreas, principalmente quando a vegetação não chegava muito perto.
“Hoje em dia, eles até conseguem em um único ponto passar, mas com certo risco. Então, a gente espera com isso facilitar o trânsito desses animais para poderem vir para esse fragmento onde eles pegam comida e com isso evitam atropelamentos. Esse é o primeiro. O segundo aspecto interessante é que é uma técnica simples, relativamente barata, que a gente tem usado, que a gente tem desenvolvido para montar essas passarelas, uma estrutura superleve e que tem tido sucesso. A gente experimentou primeiro na Ufam”, explicou Marcelo Gordo.
Fonte: Portal Amazônia