Lagos no Alasca estão liberando metano na atmosfera
Lagos “termokarst”, que geram nuvens de metano, estão surgindo no Alasca. Esses reservatórios de água são formados quando a camada de solo permafrost, localizada no subsolo da crosta, que geralmente permanece congelada o ano todo, derrete e libera grandes volumes de água congelada dentro no solo.
O Lago Big Trail é um dos afetados por esse efeito e libera gases de efeito estufa. Segundo um comunicado emitido pela NASA, a ecologista da Universidade do Alasca-Fairbanks, Katey Walter Anthony, “este lago não estava aqui há 50 anos”. Ela complementa ao dizer que “anos atrás, o chão era cerca de 3 metros mais alto e era uma floresta de abeto.”
Os lagos termokarst, emissor de gases, são encontrados em todo o Ártico, na América do Norte, e no norte da Europa e da Ásia. A temperatura da água oriunda do processo de criação desses lagos continua aumentando, e esse processo leva ao derretimento do gelo circundante. Eventualmente, com mudanças climáticas e locais, o gelo pode voltar a se formar.
Metano liberado em lagos no Alasca
Para Walter Anthony, esses lagos são importantes porque eles apontam o que vai acontecer no futuro. Nos solos recém-descongelados, há massas de plantas mortas e matéria orgânica que começam a ser decompostas pelas bactérias. Desse processo são liberados gás carbônico e metano.
De forma menos comum, o degelo da permafrost também libera o metano preso no subsolo, na superfície em grandes bolhas. Esse gás chega até a atmosfera. Segundo o blog da NASA, esse mesmo processo está acontecendo também no lago Esieh, no Alasca. Cabe destacar que o dióxido de carbono e o metano são gases de efeito estufa, que acentuam o aquecimento global. Esses gases são os principais impulsionadores da mudança climática. O metano exerce um papel muito mais grave na retenção de calor, que o gás carbônico.
Alguns lagos termokarst liberam compostos ainda mais perigosos, como o óxido nitroso, que além de ser mais de 300 vezes mais poderoso que o gás carbônico, mas também esgota a camada de ozônio. Toda essa liberação de gases, geram uma reação em cadeia de feedback positivo, ou seja, o aumento das temperaturas causadas pelos efeitos do efeito estufa do metano fará com que mais gelo derreta, o que gera um aumento ainda maior da liberação de metano do Ártico.
Logo, haverá maior incidência de eventos climáticos extremos, como furacões, secas e incêndios florestais, até o aumento do nível do mar e extinções em massa de espécies, como alguns cientistas já estão registrando em suas pesquisas.
Via: Newsweek
Por Olhar Digital