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Em termos globais, dieta não está mais saudável do que há 30 anos

Em termos globais, dieta não está mais saudável do que há 30 anos
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Apesar do incentivo à ingestão de opções nutritivas, o consumo alimentos não saudáveis, como carne processada, bebidas açucaradas e sódio, cresceu entre adultos e crianças

A má alimentação é uma das principais causas de doenças em todo o mundo, responsável por cerca de 26% das mortes globais evitáveis. Contudo, embora o consumo de alimentos saudáveis seja incentivado, a dieta não está muito melhor do que há 30 anos.

Um estudo publicado na Nature Food em setembro construiu uma escala de 0 a 100 para avaliar a qualidade da dieta global, nomeada Índice de Alimentação Saudável Alternativa. A pesquisa foi realizada por especialistas da Escola Friedman de Ciência e Política da Nutrição da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos.

Considerando zero uma dieta muito pobre (consumo elevado de açúcar e carnes processadas) e 100 uma dieta balanceada (rica em frutas, grãos e vegetais), a pontuação média dos 185 países estudados foi de 40,3. Isso indica que, durante o período analisado, o nível da qualidade da dieta global subiu 1,5 ponto.

Embora os ganhos globais tenham sido modestos, houve variação notável por país, com opções nutritivas se tornando mais populares em Estados Unidos, Vietnã, China e Irã, e menos na Tanzânia, na Nigéria e no Japão.

Qualidade da alimentação

Com base em dados de mais de 1,1 mil pesquisas do Global Dietary Database, Victoria Miller, autora principal do estudo, e sua equipe analisaram 185 países entre 1990 e 2018. A pesquisa quantificou os padrões alimentares globais, regionais e nacionais entre adultos e crianças por faixa etária, sexo, educação e urbanidade.

Dentre alguns padrões identificados, Miller ressalta, em comunicado, que a ingestão de vegetais, legumes e oleaginosas aumentou ao longo do tempo, mas que essa melhoria foi acompanhada por um crescimento no consumo de carne vermelha ou processada, bebidas açucaradas e sódio.

Em um recorte regional, as médias variaram de 30,3 pontos na América Latina e no Caribe a 45,7 no sul da Ásia. Apenas 10 países, representando menos de 1% da população mundial, tiveram pontuações acima de 50. Nas melhores colocações destacam-se Vietnã, Irã, Indonésia e Índia; e nas pontuações mais baixas estão Brasil, México, Estados Unidos e Egito.

Entre os adultos, as mulheres são mais propensas a seguir dietas recomendadas do que os homens, assim como os idosos também são mais propensos a se alimentar melhor do que os jovens. Quanto às crianças, a cientista destaca que a qualidade da dieta piora à medida que os pequenos envelhecem. Isso indica que a primeira infância é um momento importante para estabelecer preferências alimentares saudáveis.

Dados Socioeconômicos

“A alimentação saudável também foi influenciada por fatores socioeconômicos, incluindo nível de escolaridade e urbanidade”, pontua Miller. “Globalmente e na maioria das regiões, adultos mais instruídos e crianças com pais mais instruídos geralmente tinham maior qualidade geral da dieta”, afirma.

Segundo os autores, apesar de limitações como falta de pesquisas em alguns países e poucas informações sobre a ingestão de gordura trans, por exemplo, os dados obtidos até o momento já oferecem parâmetros relevantes. Com isso, especialistas em nutrição, agências de saúde e formuladores de políticas podem definir metas e investir em ações que incentivem a alimentação saudável.

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Trajano Xavier

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