Quatro em cada cinco cidades do mundo estão sob risco por ondas de calor, inundações e seca
De acordo com novo relatório da organização internacional CDP, 46% das cidades do mundo passaram por calor extremo no último verão, 35% declararam seca e 33% sofreram inundações
Quatro em cada cinco cidades em todo o mundo estão enfrentando riscos climáticos significativos, como ondas de calor, inundações e secas, mostram dados da organização sem fins lucrativos CDP divulgados nesta quinta-feira (13).
O relatório do CDP “Protecting People and the Planet” (“Protegendo as pessoas e o planeta”, em tradução livre) analisou 998 cidades de todo o mundo e mostrou que, além de 80% delas terem enfrentado eventos climáticos extremos, quase um terço dos riscos relacionados ao clima ameaçam pelo menos 70% de suas populações. O CDP é uma organização sem fins lucrativos com sede em Londres que administra um sistema de divulgação para empresas, cidades e Estados em todo o mundo que relatam o impacto ambiental de suas operações.
A organização disse que quase dois terços das cidades esperam que os riscos enfrentados se tornem mais intensos no futuro, enquanto mais da metade prevê que eles se tornarão mais frequentes até 2025. Entre as inúmeras cidades atingidas até agora neste ano estão Karachi, no Paquistão, onde inundações devastadoras mataram quase 1.700 pessoas, e Fort Myers, na Flórida, onde o furacão Ian matou mais de 100 pessoas.
Os idosos, aqueles em famílias de baixa renda, crianças e comunidades minoritárias marginalizadas foram os mais expostos, e os políticos precisavam refletir sobre as necessidades dos cidadãos ao planejar sua resposta à crise climática.
“Colocar as pessoas no centro da ação climática, do planejamento à implementação, melhora vidas”, descreveu, no relatório, a diretora global interina do CDP, Maia Kutner.
Quase dois terços das cidades estavam adotando pelo menos um curso de ação climática centrado nas pessoas e vendo benefícios, mostrou o documento, incluindo melhores proteções sociais e de saúde, melhorias econômicas e melhorias ambientais.
No entanto, nem todas as cidades podem adotar essas abordagens e a ONG disse que é necessário um maior apoio financeiro dos governos para permitir iniciativas e regulamentações ambientalmente corretas. Mais da metade das cidades relataram enfrentar obstáculos para atingir suas metas de redução de emissões, sendo a capacidade fiscal o obstáculo mais comum, de acordo com o relatório.