Ovelhas, cabras e galinhas nas vinhas em vez de se usar herbicidas
Cada vez mais os agricultores de Portugal estão a recorrer a animais nas vinhas para evitarem o uso de herbicidas, ao mesmo tempo que tornam os solos mais saudáveis.
As ovelhas e as cabras comem as ervas “daninhas” das vinhas e as galinhas mobilizam o solo e o seu estrume ajuda a tornar o solo mais rico.
As ovelhas e as cabras só podem estar na vinha do fim de outubro até início de março, quando as videiras estão em estado de dormência, depois desse período podem comer as folhas das videiras e as uvas. As galinhas podem andar na vinha o ano inteiro pois não chegam às uvas. Manter as galinhas pode ser complicado quando há raposas por perto.
Na Bairrada, na quinta de Filipa Pato e William Wouters têm porcos pequenos (uma mistura entre uma raça vietnamita com leitão da Bairrada) no meio das vinhas que ao focinharem a terra esta fica como se fosse lavrada em vez de estar tão compactada.
Em Gouveia, na Quinta da Lomba a Niepoort tem 40 ovelhas nas vinhas e está a pensar poder vir a ter burros também. O pastor leva as ovelhas a pastar na vinha duas vezes ao dia e assim evitam usar herbicidas. As fezes ajudam a adubar a terra.
A Madre de Água, no Dão, tem um rebanho próprio para controlar as ervas “daninhas”. São 100 ovelhas a trabalhar a terra durante o período de dormência das videiras; até fevereiro ou março, as ovelhas têm liberdade total.
Na Herdade da Malhadinha Nova, no Alentejo, as ovelhas autóctones alimentam-se das ervas das vinhas e ao estrumarem o solo tornam-no mais rico.
Em Torres Vedras, Sérgio Nicolau, dos vinhos Família Nicolau, começou há dois anos a utilizar na vinha ovelhas e cabras de um pastor e galinhas. Na quinta, segue os princípios da agricultura biológica e da agricultura regenerativa, sendo co-fundador da empresa Orgo – Regenerative Biology Management. Tem agora a ideia de construir um galinheiro móvel e chegar a ter 100 galinhas. Por enquanto está a experimentar com cinco das dez galinhas que tem e para o ano antes da vindima de 2023 quer ter já 50 galinhas.
Fonte: Público