Condomínio em Floripa terá teto verde com mais de 6 mil m²
Incluir áreas verdes nas coberturas de casas, edifícios e galpões é uma solução para diminuir ilhas de calor em centros urbanos, trazer conforto térmico para as construções, evitar enchentes, produzir alimentos e trazer bem estar. Os tetos verdes vêm ganhando espaço em projetos de arquitetura e um condomínio em Florianópolis, Santa Catarina, anunciou que vai ter cerca de 6 mil m² de área verde nos seus telhados.
Com previsão de entrega em novembro de 2025, o condomínio-boutique Yrupá, da GND Incorporadora, localizado entre a Praia Mole e a Lagoa da Conceição, vai priorizar plantas nativas e benéficas para a fauna. Plantas ornamentais vão dividir espaço com algumas opções de ervas para chá no teto verde do empreendimento.
“Esse empreendimento busca uma conexão com a natureza e promover um estilo de vida mais saudável. Diferentes espaços foram planejados para que o convívio ao ar livre e a vida em comunidade possam acontecer”, comenta a arquiteta Juliana Castro, diretora criativa da JA8 Arquitetura e Paisagem.
O projeto de telhado verde terá uma cobertura de 6,3 mil m², um dos maiores telhados verdes do Brasil, e vai ajudar a garantir o conforto térmico, reduzindo o uso de ar-condicionado e, consequentemente, o consumo de energia. A área também serve como reservatório de amortecimento de água da chuva e auxilia na purificação do ar.
Os telhados verdes são excelentes formas de ampliar a área de plantio de um lugar e impactam no microclima como um todo na medida que sua presença aumenta a quantidade de vegetação e favorece a manutenção da biodiversidade.
“As coberturas com vegetação permitem o cultivo de muitas espécies mesmo com pouca área de terra. Com a tecnologia para plantio, é possível cultivar uma grande variedade de plantas, incluindo espécies comestíveis, horta, ervas aromáticas e outras que também são atrativas para insetos e pássaros, favorecendo a fauna local”, completa Juliana.
Biofilia
O termo “biofilia” tem de origem grega e significa “amor às coisas vivas” (philia = amor a / inclinação a; bios = vida). Aplicada à arquitetura, a biofilia promove a integração com a natureza para proporcionar bem-estar. A proposta se popularizou na década de 1980 e tem retomado seu espaço como tendência na construção civil, prioriza o uso de materiais naturais, a valorização da iluminação natural e a presença massiva de plantas.
Incluir vegetação, elementos naturais, como madeira e pedra, bambu, água e cores neutras aos ambientes proporciona sensação de relaxamento e conforto emocional aos espaços internos. Mesmo os empreendimentos construídos em áreas urbanas acabam suprindo a necessidade de contato com a natureza quando priorizam a arquitetura biofílica.
Não só residenciais, mas prédios corporativos, universidades e hotéis têm buscado soluções para estimular maior contato com o verde. O relatório O Impacto Global do Design Biofílico no Ambiente de Trabalho, divulgado pelo Human Spaces em 2015, revelou que pessoas que trabalham em ambientes com elementos como vegetação e luz solar relatam um nível 15% mais elevado de bem-estar do que aqueles que trabalham em ambientes sem conexão com a natureza.
Além de minimizar o impacto ambiental, a arquitetura biofílica ajuda a estimular hábitos de vida mais saudáveis. Nos ambientes internos, a presença de plantas contribui para o relaxamento, tranquilidade e é capaz de aumentar a capacidade de concentração e diminuir o stress nos locais de trabalho.
Por Ciclovivo