100 mil árvores nativas vão ser plantadas no Sistema Cantareira
Restauração florestal é uma parceria do programa Raízes da União e do projeto Semeando Água do Instituto de Pesquisas Ecológicas
Uma área de 25 hectares, ao lado do Sistema Cantareira começou a ser restaurada no dia 5 de outubro. Cerca de 30 mil mudas de árvores nativas da Mata Atlântica vão ser plantadas às margens do reservatório de Atibainha, em Nazaré Paulista (SP), área recentemente foi atingido por um incêndio. O plantio representa uma parte das 100 mil mudas, de aproximadamente 80 espécies nativas, que serão plantadas no entorno do Sistema Cantareira, pelo programa Raízes da União em parceria com o IPÊ (instituto de Pesquisas Ecológicas).
O programa Raízes da União é uma iniciativa socioambiental da União Química que envolve uma ação muito maior de restauração florestal. A empresa se comprometeu a plantar 1 milhão de árvores, nos próximos cinco anos, nos estados onde tem suas unidades – São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. O investimento total de R$ 30 milhões inclui ações dentro do projeto Semeando Água, do IPÊ, e outras parcerias com organizações ambientais no Brasil.
“Para estas ações, é importante nos conectarmos com instituições sérias que trabalham com a preservação ambiental, assim sabemos que esta iniciativa vai trazer os melhores resultados possíveis”, explica Silvana Santana, diretora de Marketing Institucional da União Química.
Semeando Água
O Sistema Cantareira é responsável por mais de 46% do abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo, que envolve mais de 7,6 milhões de pessoas. No entanto, o nível do reservatório preocupa: em outubro estava em torno de 30% de sua capacidade de armazenamento – patamar inferior ao início da crise hídrica de 2013, quando chegou a 55%.
Mais do que torcer pela chuva, é preciso recuperar as áreas florestais no entorno do Cantareira, só assim, o manancial vai ser preservado. A manutenção da vegetação, principalmente de árvores e florestas, é essencial para evitar o assoreamento e a compactação do solo, problemas que colocam em risco a capacidade de armazenamento dos reservatórios.
“Os plantios na região também irão contribuir com a proteção de cursos d’água e das nascentes e com a maior infiltração da água da chuva no solo, que é liberada aos poucos para a represa. Essas são estratégias para aumentar a segurança hídrica do Sistema”, explica Paulo Roberto Ferro, engenheiro florestal do Instituto IPÊ.
Entre as espécies nativas da Mata Atlântica que serão plantadas estão: aroeira-pimenteira, pau-jacaré, ingá, capinxigui, pau-cigarra, angico-branco, paineira, sangra-d’água, entre ouras. O projeto começou em março, no fim da temporada de chuvas, quando foram plantadas as mil primeiras mudas, no entorno do reservatório Atibainha, um dos quatro que formam o Sistema Cantareira. A área beneficiada com a ação de restauração foi de 231.200 m², o que equivale a mais de 32 campos de futebol.
“Não é apenas a chuva que enche os reservatórios, é preciso que o solo absorva essa água, e as árvores têm papel fundamental neste processo, por isso iniciativas como o Raízes da União são cada vez mais necessárias e urgentes”, comenta o engenheiro.
A partir da segunda quinzena de setembro, por conta da proximidade do início da temporada de chuvas, foi iniciado o plantio em três áreas: uma área no entorno do reservatório do Atibainha; outra que abrange a região de Piracaia e por última uma área em Bragança Paulista, todas próximas ao reservatório Jaguari-Jacareí.
“O nosso grande esforço é colaborar para regenerar a Mata Atlântica do Sistema Cantareira. Neste primeiro momento, serão plantadas 100 mil árvores que irão nos ajudar a melhorar a qualidade da água e também a recompor a biodiversidade em uma área estratégica ecologicamente, que abriga espécies ameaçadas e vulneráveis e que também é fonte de vida para milhares de pessoas”, explica Suzana Machado Pádua, presidente do Instituto IPÊ.
Monitoramento e conversa
Além de plantar, é preciso garantir que as mudas tenham a chance de se transformarem efetivamente em árvores e, para isso, o diálogo com a comunidade na área do plantio é fundamental. Paulo Roberto explica que o entorno do Sistema Cantareira tem uma série de pastagens e que é preciso explicar para as pessoas que estão nestes locais a importância do plantio e da restauração florestal. “A linha de equilíbrio entre os benefícios ambientais e sociais destas áreas é muito tênue. A chave é manter o diálogo sempre”, assegura o engenheiro.
“Esse trabalho de restauração florestal vai muito além do plantio das mudas. Envolve muito estudo, investimento e monitoramento constante. O sucesso do programa Raízes da União só será completo, quando essas mudas estiverem fortes, saudáveis e se perpetuarem para as próximas gerações”, explicou Silvana Santana, diretora de Marketing Institucional da União Química.