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Manual completo sobre Apicultura Sustentável

Manual completo sobre Apicultura Sustentável
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*Esta é uma adaptação de um informativo produzido pela bióloga Nathália Rocha exclusivamente para o site da Ecoa e teve apoio do Projeto ECCOS, financiado pela União Europeia. Pelo fato de ser um assunto de fundamental importância, reproduzimos o conteúdo Com todos os créditos para a ECOA e a autora do material. 

O termo “apicultura sustentável” está ligado à apicultura orgânica, voltado ao manejo das colmeias de abelhas de forma respeitosa, onde sua natureza é respeitada, assim como seus ciclos biológicos e a produção de alimentos naturais e saudáveis, que resultem em produtos nutritivos aos consumidores.

apicultura

Este material tem como objetivo orientar os produtores (sejam agricultores familiares, assentados, apicultores de pequeno a médio porte, técnicos e demais agentes da cadeia produtiva do mel) a respeito das aplicações recomendadas ao processo produtivo de forma sustentável e ecológica, ou seja, garantindo maior qualidade e causando menos impacto.

Em uma abordagem sustentável, o produtor precisa se preocupar com a manutenção da qualidade de vida das abelhas, focando em uma alimentação saudável, fontes de água potável e manejo adequado das colmeias, de acordo com o período das floradas. É preciso estar atento à saúde do ambiente, incluindo a localização das colmeias, tentando distanciá-las, em no mínimo, dois quilômetros, de áreas com uso de pesticidas ou outros tratamentos à base de venenos. Esses cuidados fazem com que a produção possa ser denominada orgânica e tenha o mínimo de sustentabilidade local, além de resultar em uma colheita satisfatória de grandes quantidades de mel.

É importante lembrar que a alimentação artificial só é necessária em épocas realmente críticas, por exemplo, quando não há ocorrência da floração e seus recursos são limitados. As abelhas preferem o alimento natural e o uso de alimentos artificiais pode ser prejudicial à saúde desses insetos e um possível atrativo para as “pragas do mel”.

A consciência de preservar o meio ambiente não é boa apenas “para os olhos” e a saúde, mas também no lucro. Transformar o apicultor em um conservacionista das matas e recursos hídricos, provoca uma mudança, tanto na postura do produtor como no próprio segmento apícola.

A apicultura é uma atividade conservadora das espécies por natureza. Não é destrutiva como a maioria das atividades rurais e é uma das poucas atividades de uso de recursos naturais que preenche todos os requisitos do tripé da sustentabilidade: o econômico, porque gera renda para os agricultores; o social porque utiliza a mão-de-obra familiar no campo, diminuindo o êxodo rural; e o ecológico porque não se desmata para criar abelhas.

Foto: André Luiz Siqueira (Ecoa)

A importância da biodiversidade é indiscutível em todo mundo. As abelhas ocupam importante papel na polinização de aproximadamente 30% das plantas que são utilizadas na alimentação humana. Devido à perda da biodiversidade, tornou-se evidente que os polinizadores nativos devem ser protegidos. A polinização intensiva realizada pelas abelhas do gênero Apis, também tem favorecido a manutenção da biodiversidade, impactando positivamente a sustentação do ecossistema local, bem como permitindo ganhos de produtividade em diversas culturas.

Abelha no Pantanal
Foto: Iasmim Amiden (Ecoa)

O uso da apicultura pode, então, contribuir com a conservação/preservação da vegetação, um exemplo importante é o Parque Nacional Serra da Capivara no Piauí, onde uma Fundação distribuiu cerca de 4.000 colmeias para as comunidades que vivem no entorno do Parque e, com isso, tem-se conseguido manter a preservação da Caatinga.

“As abelhas são importantes agentes de manutenção da biodiversidade, e podem ser indicadores biológicos do equilíbrio ambiental muito útil no esforço da conservação da biodiversidade e exploração sustentável do meio ambiente, podendo a própria apicultura constituir alternativas ecologicamente corretas e auto sustentáveis de explorar ambientes naturais ainda não degradados, ou recuperar áreas ameaçadas de erosão genética”. (Freitas, 1999).

PARTE 2. Como conciliar a produção e a conservação?

PARTE 3. Importância do pasto apícola

PARTE 4Calendário apícola e as espécies

PARTE 5. Manejo do apiário

Fonte: ECOA

Material de autoria de Nathália Rocha, que  é graduada em Ciências Biológicas (UFMS) e Mestranda em Ecologia e Conservação (UFMS). Atuou como pesquisadora na Ecoa entre 2019 – 2020 no Programa Oásis de Conservação de Polinizadores.

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Trajano Xavier

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