Como acontece o incansável trabalho das abelhas para produzir mel
O mel é um dos adoçantes mais antigos usados pela humanidade e é em torno dele que as abelhas constroem seu sistema de vida. Mas o que elas precisam para produzi-lo?
O mel é conhecido pela humanidade há pelo menos 15 mil anos, como mostram pinturas rupestres encontradas perto da cidade de Valência, na Espanha, as quais mostram homens recolhendo mel na natureza.
A informação presente em um documento da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) é uma das que mostra o alto valor nutricional do mel para as diversas sociedades ao redor do mundo e – consequentemente – a grande importância que têm as abelhas, insetos responsáveis pela produção desse alimento.
Mas nem todas as espécies de abelha produzem mel: de acordo com a FAO, somente as chamadas abelhas melíferas, que pertencem ao gênero Apis e às espécies Trigona e Melipona, têm essa habilidade. Elas são capazes de armazenar grandes quantidades de mel em suas colméias
Como as abelhas produzem mel
Para produzir esse verdadeiro açúcar natural, as abelhas precisam habitar regiões onde existam flores, de forma a coletar o néctar existente nesta parte das plantas, que é também seu alimento.
O documento da FAO explica que as abelhas melíferas são polinizadoras “altamente eficazes” porque possuem um corpo coberto de pelos que recolhem os grãos de pólen quando elas se movem no interior das flores.
Isso porque, ao buscar por néctar, as abelhas fazem também o processo de polinização, que consiste no transporte de grãos de pólen de uma planta para outra, auxiliando na fertilização e no surgimento de novas flores.
Além disso, informa a FAO, esse tipo de abelha costuma pousar em uma única espécie de flor durante cada uma de suas viagens em busca de néctar, o que contribui para a fertilização bem-sucedida da planta.
Após a polinização e a subsequente extração do néctar, a abelha volta para sua colméia, onde estão os favos de mel, a fim de armazenar esse alimento a uma temperatura que deve estar em aproximadamente 35°C, conta o documento da FAO sobre abelhas melíferas.
Essa condição, seguida pelo bater de asas das abelhas para ventilar o alimento que está sendo processado ajuda a evaporar a água disponível, reduzindo-a em 20%. É assim que o mel acaba sendo formado.
Por fim, a FAO explica que as abelhas selam os buracos octogonais do favo com uma camada de cera e a partir daí o mel está pronto para fermentar. Ele também serve de alimento para as abelhas na ausência do néctar das flores e pode resistir por muito tempo armazenado porque, uma vez que seu espaço é selado, a fermentação por bactérias externas é inexistente, informa o documento.
A qualidade do mel varia de acordo com as plantas polinizadas pelas abelhas
As plantas nas quais as abelhas coletam o néctar são as que definirão o produto final, pois cada uma delas tem uma característica diferente de néctar que dá ao mel um resultado único em termos de aroma, sabor ou cor, explica a FAO.
Isso porque o néctar, – que consiste em uma solução de açúcares – também varia muito dependendo da origem e da quantidade de sais, minerais, vitaminas, proteínas e também de açúcares disponíveis na planta.
No caso de colmeias próximas a plantações de girassol, por exemplo, o mel pode se tornar muito mais dourado do que o normal. Já as flores presentes no trevo, diz a FAO, transformam o mel em um líquido mais branco e doce. As plantas de agave, por sua vez, neutralizam o sabor do mel, tornando-o mais insosso.