Triste foto de girafas mortas dá a dimensão da seca no Quênia, que ameaça animais e milhões de pessoas
O intenso período de seca que assola atualmente o Quênia vem ameaçando a vida de milhões de pessoas no país localizado no lado oriental do continente africano como uma tragédia humanitária e ecológica em potencial: a dimensão dramática da estiagem pode ser medida pela triste imagem de seis girafas mortas sobre o solo seco de um santuário local. A foto foi tirada no Sabuli Wildlife Conservancy, uma área de conservação localizada em Wajir, e mostra as girafas, já sem vida, após terem tentado saciar a sede em um resto de lama que havia no local.
Os animais mortos foram removidos, a fim de evitar possíveis contaminações do pouco que resta de água na área. Estima-se que a região norte do Quênia, onde fica Wajir, tenha recebido menos de 30% das chuvas normalmente esperadas desde setembro para o período, causando a seca e provocando um forte impacto sobre a vida selvagem e as comunidades que vivem por lá. Consta que as atividades das fazendas da região impediram que animais como as girafas tivessem acesso às águas dos rios, agravando a já terrível situação.
As fotos foram tiradas no último dia 10 de dezembro, mas especialistas afirmam que mais de 4 mil girafas estão ameaçadas pela seca no país, que vive quadro de verdadeira calamidade. Segundo a ONU, mais de 2,9 milhões de pessoas carecem desesperadamente de ajuda humanitária no Quênia por conta da seca e da fome, principalmente ao norte, enquanto outras partes do país enfrentam os efeitos de uma das piores temporadas de chuva já registradas.
As girafas fotografadas ficaram presas na lama do pouco que restava do reservatório na área de conservação. A situação é tão severa que as fazendas podem perder mais de 70% de toda a produção, e não há previsão de melhorias consideráveis até o meio de 2022 em toda a região do chifre africano, onde fica o país. O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, declarou em setembro a seca como situação de desastre nacional.