A tartaruga-de-telhado birmanesa é endêmica de Mianmar e foi redescoberta no início dos anos 2000. Agora, quase mil animais vivem em cativeiro
Considerada extinta até o início do século, a tartaruga-de-telhado birmanesa (Batagur trivittata) foi “ressuscitada” graças a um programa de conservação liderado pela Wildlife Conservation Society (WCS) e pela Turtle Survival Alliance. O feito foi publicado recentemente em um estudo no periódico Zootaxa.
A caça e a superexploração de ovos do animal quase resultou em seu desaparecimento: o réptil é a segunda tartaruga mais ameaçada de extinção em todo o mundo. Na verdade, a espécie era considerada extinta até 2002, quando um colecionador de tartarugas norte-americano encontrou um espécime vivo em um mercado de vida selvagem na China.
Incentivados por essas descobertas, os pesquisadores realizaram pesquisas de campo em Mianmar, de onde a espécie é proveniente, para encontrar populações selvagens dos animais — e funcionou. Algumas tartarugas foram encontradas em dois rios diferentes, mas sua população continuou a declinar.
Em 2007, com o apoio do governo de Mianmar, os biólogos criaram um programa de conservação da espécie para garantir sua sobrevivência. “A maior ameaça é que há tão poucas sobreviventes na natureza que, se houver um acidente, perderemos uma grande parte da população”, disse Steven Platt, líder do estudo, em entrevista ao Mongabay. “[O problema] é principalmente pesca. Eu me preocupo com elas ficando presas em equipamentos de pesca e se afogando. E se não monitorássemos, os ovos seriam coletados”.
Agora, as tartarugas são incubadas e criadas em condições protegidas da predação por peixes grandes, pássaros e lagartos, caça furtiva e coleta de ovos. Os esforços de conservação também se concentram nas tartarugas selvagens restantes: cinco a seis fêmeas e dois machos vivendo em um trecho remoto do alto rio Chindwin, no norte de Mianmar. Seus ninhos são monitorados e os ovos, coletados e incubados em uma instalação segura.