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Espécie de tartaruga considerada extinta até 2002 pode ser salva

Espécie de tartaruga considerada extinta até 2002 pode ser salva
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A tartaruga-de-telhado birmanesa é endêmica de Mianmar e foi redescoberta no início dos anos 2000. Agora, quase mil animais vivem em cativeiro

Considerada extinta até o início do século, a tartaruga-de-telhado birmanesa (Batagur trivittata) foi “ressuscitada” graças a um programa de conservação liderado pela Wildlife Conservation Society (WCS) e pela Turtle Survival Alliance. O feito foi publicado recentemente em um estudo no periódico Zootaxa.
A caça e a superexploração de ovos do animal quase resultou em seu desaparecimento: o réptil é a segunda tartaruga mais ameaçada de extinção em todo o mundo. Na verdade, a espécie era considerada extinta até 2002, quando um colecionador de tartarugas norte-americano encontrou um espécime vivo em um mercado de vida selvagem na China.
Incentivados por essas descobertas, os pesquisadores realizaram pesquisas de campo em Mianmar, de onde a espécie é proveniente, para encontrar populações selvagens dos animais — e funcionou. Algumas tartarugas foram encontradas em dois rios diferentes, mas sua população continuou a declinar.

Tartaruguinha logo após seu nascimento (Foto: Platt et al 2020)

Em 2007, com o apoio do governo de Mianmar, os biólogos criaram um programa de conservação da espécie para garantir sua sobrevivência. “A maior ameaça é que há tão poucas sobreviventes na natureza que, se houver um acidente, perderemos uma grande parte da população”, disse Steven Platt, líder do estudo, em entrevista ao Mongabay. “[O problema] é principalmente pesca. Eu me preocupo com elas ficando presas em equipamentos de pesca e se afogando. E se não monitorássemos, os ovos seriam coletados”.
Agora, as tartarugas são incubadas e criadas em condições protegidas da predação por peixes grandes, pássaros e lagartos, caça furtiva e coleta de ovos. Os esforços de conservação também se concentram nas tartarugas selvagens restantes: cinco a seis fêmeas e dois machos vivendo em um trecho remoto do alto rio Chindwin, no norte de Mianmar. Seus ninhos são monitorados e os ovos, coletados e incubados em uma instalação segura.

O projeto funcionou e hoje o número de tartarugas-de-telhado birmanesa vivendo em cativeiro se aproxima dos mil. O objetivo é eventualmente libertá-las de volta ao seu habitat selvagem no rio Chindwin, mas, como explicam os especialistas, o processo pode ser um tanto desafiador.

A cicatriz umbilical ainda pode ser vista na tartaruguinha recém-nascida (Foto: Platt et al 2020)

“A conservação das tartarugas de rio é realmente difícil”, disse Platt. “[Em cativeiro], as tartarugas podem se mover cerca de um quilômetro ou, normalmente, ficar a poucos hectares de onde as soltamos. Entretanto, uma vez no rio, esses animais podem subir ou descer várias centenas de quilômetros se apenas continuarem nadando”.
Embora os animais ainda não estejam vivendo na natureza, os cientistas estão otimistas com o futuro da espécie. “O programa de reprodução em cativeiro produziu cerca de 170 tartarugas por ano nos últimos dois anos”, explicou Platt. “Portanto, as tartarugas estão biologicamente seguras. Elas não serão extintas”.

Batagur trivittata (Foto: Platt et al 2020)

Fonte: Revista Galileu

 

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Trajano Xavier

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