Como a poeira do deserto do Saara fertiliza a Amazônia.
Estima-se que aproximadamente 182.000 toneladas de poeira do Saara atravesse o Oceano Atlântico para chegar à América. Desse total, cerca de 27.700 toneladas de poeira caem a cada ano na bacia amazônica, 0,08% corresponde ao fósforo (um nutriente importante para as plantas), segundo pesquisadores da Universidade de Maryland (EUA), o que equivale a 22.000 toneladas.
Essa quantidade de fósforo, segundo o estudo, é suficiente para suprir as necessidades de nutrientes que a floresta amazônica perdeu com as fortes chuvas e enchentes na região.
“Todo o ecossistema amazônico depende da poeira do Saara para reabastecer suas reservas de nutrientes perdidas”, diz o coordenador do estudo Hongbin Yu. Confirma o que muitos, mesmo sem base científica, já sabem há muito tempo: “este é um mundo pequeno e estamos todos conectados”.
O pó rico em nutrientes vem principalmente de uma região conhecida como Depressão de Bodele, localizada no país africano do Chade, formada depois que o maior lago da África secou há 1.000 anos.
No entanto, a maior parte da poeira permanece suspensa no ar, enquanto 43 milhões de toneladas viajam para o Mar do Caribe. O estudo, que só foi possível graças à coleta de dados do satélite Calypso da NASA, foi publicado na revista científica Geophysical Research Letters. Aqui você pode ver uma animação 3D para ver o fenômeno de uma forma mais didática: