A “zona morta” do Oceano Pacífico é real e está crescendo
O avanço do aquecimento global acabou por criar uma zona hipóxica – referida pelos cientistas como “zona morta” – de aproximadamente 100 metros de tamanho no Oceano Pacífico, segundo afirmam especialistas ouvidos pelo jornal americano Washington Post. Segundo os experts, a situação é preocupante já que essa área deve crescer à medida em que se aproxima a “temporada hipóxica” – ela própria, também uma consequência do mesmo aquecimento global.
Basicamente, uma zona hipóxica é registrada quando especialistas na vida oceânica identificam uma queda grande e brusca dos níveis de oxigênio. Isso faz com que a vida animal mais móvel fuja da área, ao passo que animais e organismos mais fixos ou de movimentação lenta morram sufocados, tornando a região virtualmente inabitável.
“É o ‘cavaleiro do apocalipse’ do aquecimento global, só que no mar”, disse ao jornal o pesquisador da Universidade do Oregon, Francis Chan. “E isso se dá porque a água que recebemos tem menos oxigênio dissolvido hoje do que antigamente”.
Em outra entrevista concedida na última semana, Chan disse à ABC/KATU que esses eventos de alteração marítima estão ficando cada vez mais frequentes: “Nós conseguimos enxergar o centro de uma zona de baixo oxigênio, onde vimos estrelas-do-mar e anêmonas, caranguejos, todos sufocaram e largados no chão oceânico”, disse o especialista. “Mais e mais, as evidências apontam para o aquecimento global como um fator de causa”.
A explicação para isso está na química básica: na escola, aprendemos que, quanto mais quente for a água, menos oxigênio ela dissolve. Agora leve este mesmo conceito para um cenário onde a temperatura da Terra não para de aumentar, a ponto de derreter – com frequência – enormes blocos das regiões polares.
Chan disse que ainda não é possível saber quais serão os efeitos de longo prazo do aquecimento global, mas afirma que ele criará uma zona morta atrás da outra – e todas crescendo em tamanho -, o que deve gerar um impacto nada favorável à vida marítima.
Por Olhar Digital