Air France realiza voo intercontinental com óleo de cozinha usado como combustível
O grupo aéreo Air France-KLM realizou no último dia 18 de maio seu primeiro voo intercontinental utilizando 16% de óleo de cozinha usado na mistura de combustível de sua aeronave. O Airbus A350 saiu de Paris (França) e levou sete horas para pousar na cidade de Montreal (Canadá), em voo-teste que evitou a emissão de 20 toneladas de dióxido de carbono.
A iniciativa da Air France é uma parceria com o grupo ADP e a petrolífera Total, além da empresa aeronáutica francesa Airbus. O biocombustível foi tanto produzido quanto recolhido no próprio país. O óleo de cozinha refinado para avião não demanda qualquer adaptação para a utilização nas atuais aeronaves do mercado.
O uso deste novo biocombustível não afeta a segurança dos aviões, já que o SAF (Combustível Aeronáutico Sustentável, em tradução livre), atende as mesmas especificações que o querosene, amplamente difundindo na indústria aérea. A expectativa da Air France é inserir o o óleo de cozinha oficialmente em setembro, em voos comerciais de Paris para Amsterdã (Holanda).
“Por muitos anos o Grupo Air France-KLM se comprometeu a reduzir sua pegada ambiental. Junto com a renovação da nossa frota, combustível aéreo sustentável constitui nossa alavanca principal em médio prazo para reduzir nossa emissões de CO2 por passageiro/km pela metade até 2030”, contou o CEO do grupo, Benjamin Smith.
Ações governamentais podem acelerar implantação de biocombustíveis
A legislação francesa exige que a partir de 2022, pelo menos, 1% do combustível de todos os voos que decolem na França possuam algum tipo de SAF para maior proteção do meio ambiente. A porcentagem crescerá no decorrer dos anos para 2% a partir de 2025 e 5% em 2030 para o cumprimento do Acordo Verde Europeu.
Segundo o site Tecmundo, a Air France terá um gasto adicional de 4€ (R$ 26) por passageiro para a realização de seus voos com o biocombustível de óleo de cozinha. A expectativa é que outras empresas aéreas adotem os SAFs para que a indústria aérea permaneça competitiva.
Fonte: Razões para Acreditar