Registro de anaconda mutante no Brasil chamou a atenção da comunidade científica
Na cidade de Belém, no Pará, o biólogo Afonso Mendes fez um registro inédito: uma anaconda mutante. Trata-se de uma sucuri-verde (Eunectes murinus) de pele amarela, considerada a maior cobra do Brasil. Acontece que o animal sofre de uma mutação genética chamada de xantismo, uma anomalia que altera o pigmento da pele para tons amarelados. No caso da sucuri-verde, este é o primeiro caso que se tem conhecimento no mundo.
“A sensação de fotografar esse réptil foi muito bacana. Ver o bicho de coloração totalmente diferente e poder publicar o primeiro registro do mundo faz a gente perceber o quanto ainda temos para descobrir sobre a nossa fauna”, disse Mendes .
A sucuri-verde de pele amarela
Afonso estava fazendo uma expedição com um amigo que estuda cobras da América do Sul quando conseguiu fazer o registro raro.
“Eu estava fazendo meu mestrado e ele desenvolvendo um trabalho de doutorado sobre sucuris na mesma região. A gente foi para um serpentário que fica a 30 quilômetros de Belém pra levantar dados da pesquisa dele. Foi quando soubemos que a cobra de cores pálidas havia sido encontrada no centro da cidade”.
A sucuri foi resgatada em 2020 pelo Batalhão de Polícia Ambiental de Belém em uma área urbana. Porém, o artigo com o registro inédito só foi publicado nos últimos dias pelo Herpetological Review, o que chamou a atenção da comunidade científica.
Segundo o biólogo, um fato que chama a atenção é de que a sucuri-verde conseguiu chegar à vida adulta, afinal, ela foi capaz de sobreviver na vida selvagem mesmo não possuindo um padrão de cores que ajude em sua camuflagem. A cobra mede 2,5 metros e pesa cerca de sete quilos.
Fonte: Aventuras na História