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Araucária deve ser extinta em 2070, diz estudo

Araucária deve ser extinta em 2070, diz estudo
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Artigo publicado pela Universidade de Reading, no Reino Unido, revela que a espécie pode deixar de existir nos próximos anos devido à intensa exploração e às mudanças climáticas

Dos 20 milhões de hectares da extensão original da Floresta com Araucárias, hoje restam apenas de 1 a 3%. Para o futuro, a expectativa de cientistas da Universidade de Reading, no Reino Unido, não é nada positiva. Segundo estudo publicado no ano passado na Wiley Online Library, a araucária (Araucaria angustifolia) deve ser totalmente extinta até 2070, como resultado da intensa e predatória exploração madeireira e do manejo inadequado das sementes. O cenário é agravado pelas mudanças climáticas, que interferem nesse e em outros ecossistemas. Para os cientistas, apenas intervenções direcionadas podem ajudar a garantir a sobrevivência da espécie na natureza.
Componente importante da Mata Atlântica, a araucária ocorre predominantemente nos estados do Sul do Brasil e em algumas regiões serranas do Sudeste. Conhecida como símbolo do Paraná, a árvore de grande porte pode atingir 50 metros de altura. Atualmente, os poucos remanescentes da espécie estão localizados em pequenas e médias propriedades rurais, que asseguram aos agricultores uma importante fatia de renda por meio da extração do pinhão (semente da Araucária) e das folhas de erva-mate, que fazem parte do ecossistema da Floresta com Araucárias.

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Nesse contexto, o projeto Conexão Araucária, executado junto aos agricultores familiares do Paraná, está em ação para restaurar áreas de floresta onde originalmente se desenvolviam as araucárias, visando à preservação desta e de outras espécies e à proteção das nascentes de rios. A iniciativa é desenvolvida pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da empresa Japan Tobacco International (JTI), que é também uma parceira operacional no desenvolvimento das atividades.

A araucária ocorre predominantemente nos estados do Sul do Brasil e em algumas regiões serranas do Sudeste (Foto: Marcos Mark/Pixabay)

O projeto vai recuperar cerca de 330 hectares em pequenas propriedades rurais distribuídas nos municípios de São Mateus do Sul, São João do Triunfo, Palmeira, Rio Azul, Mallet, Rebouças e Paulo Frontin, no Sudoeste do Estado paranaense. Dessa forma, também pretende que as áreas atendam ao Programa de Regularização Ambiental (PRA) e estejam em conformidade com o Código Florestal.
Por meio de técnicas de restauração, a iniciativa visa recompor Áreas de Preservação Permanente (APP) — matas ciliares, topos de morro e encostas — além de Unidades de Conservação, tais como parques nacionais, com espécies nativas da Floresta com Araucárias do bioma Mata Atlântica. Ela se diferencia de outros projetos de restauração por buscar recuperar a diversidade de espécies, incluindo as raras e ameaçadas, dando início a um processo que, ao longo dos anos, trará de volta a vegetação.

“As ações de restauração ecológica realizadas pelo projeto contribuem para aumentar a conexão entre os remanescentes de Floresta com Araucária, hoje empobrecidos de espécies nativas, formando pequenos corredores por meio das APP. O empobrecimento dos fragmentos agrava a variabilidade dos exemplares, incluindo a da araucária, porque impede que populações de plantas com caraterísticas genéticas distintas se comuniquem”, afirma Alessandra Xavier, técnica da SPVS, destacando que, dessa forma, o projeto contribui para a manutenção das espécies ao longo do tempo.

Fonte: CicloVivo

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Trajano Xavier

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