Árvore de 2.624 anos de idade pode ser destruída pela elevação do mar
Uma árvore singular. Assim é uma das ciprestes que habitam os pântanos da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Isso porque um estudo de 2019 descobriu que a árvore está viva desde pelo menos 605 AC. É a árvore viva mais antiga conhecida no leste da América do Norte e a quinta espécie de árvore não clonal viva mais antiga do mundo.
Contudo, a crise climática é um inimigo perigoso. Ondas de calor intensas, tempestades, inundações e secas combinadas com o aquecimento das temperaturas pode gerar sérios problemas para o crescimento, a resiliência e a reprodução das plantas.
As taxas de mortalidade de árvores excepcionalmente altas podem ser uma previsão para o futuro. “Embora nossas florestas pareçam mudar lentamente ao longo do tempo, de vez em quando essas coisas, como cisnes negros, esses eventos sem precedentes ou imprevistos, vêm e mudam um ecossistema”, afirmou o ecologista sênior de Harvard Forest, Neil Pederson ao The Guardian.
Carbono, biodiversidade e barreiras costeiras
Outro estudo de 2020 descobriu que, embora as árvores mais velhas possam se adaptar ao estresse e migrar conforme as condições mudam, é improvável que essas características sejam suficientes para garantir sua sobrevivência.
Nate McDowell, cientista da Terra no Pacific Northwest National Laboratory e principal autor desse estudo, disse ao The Guardian que as árvores estão suando” devido ao aquecimento das temperaturas, reduzindo a produtividade das plantas. “Todos os modelos, todas as projeções, tudo aponta na mesma direção: que vamos perder árvores”, declarou McDowell evidenciando que mundo perdeu mais de um terço de suas florestas antigas de 1900 a 2015.
Sua previsão é apoiada pelos anos de aumentos recentemente documentados na mortalidade de árvores mais velhas, que os pesquisadores estão identificando em todo o mundo. No ano passado, mais de 10% de todas as sequoias gigantes maduras foram mortas.
Vale reforçar que quando as árvores morrem, ecossistemas inteiros são destruídos. Depois de haver mudanças na comunidade de plantas, que é a base de toda a floresta, também mudam os roedores, os pássaros e até mesmo os grandes mamíferos.
Florestas antigas atuam como sumidouros de carbono, o que significa que sequestram e armazenam emissões de carbono, acumulando carbono continuamente por séculos. Se eles morrerem, o carbono será liberado de volta na atmosfera, criando um ciclo vicioso que perpetua ainda mais as mudanças climáticas.