Brasileira cria tijolo sustentável feito com resíduos de construção civil que dispensa etapa de queima
O setor da construção civil está entre os mais poluentes do mundo. Segundo estudo do Pnuma, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o segmento é responsável por mais de um terço das emissões globais de CO2, além de gerar uma quantidade absurda de lixo. De acordo com último levantamento do tipo, feito pela Abrelpe, só no Brasil são mais de 122 mil toneladas de resíduos geradas por dia pela construção civil.
Disposta a oferecer uma solução sustentável para o setor, a engenheira brasileira Gabriela Medero desenvolveu, em parceria com o também engenheiro Sam Chapman, o K-Briq. Trata-se de um tijolo sustentável feito 90% com resíduos da construção civil, por meio de processo de compactação, dispensando uma das etapas mais poluentes da fabricação do tijolo convencional feito de argila: a queima.
Além de mais barato, por ser feito de “lixo”, o tijolo sustentável também oferece ao cliente e consumidor outros dois benefícios, em comparação ao tijolo tradicional: ele tem melhores propriedades de isolamento térmico e acústico e ainda pode ser produzido em qualquer cor, dando a possibilidade de dispensar acabamento.
Para garantir a produção em larga escala do K-Briq, Gabriela e Sam receberam aporte financeiro do Zero Waste Scotland, um fundo de investimentos que apoia iniciativas de economia circular na Europa. Com o dinheiro, eles fundaram a startup Kenoteq no Reino Unido, onde Gabriela mora há anos e, não por acaso, o país da Europa que mais produz tijolos: são mais de 2,6 bilhões de unidades fabricadas por ano.
Até junho, a Kenoteq promete começar a comercializar os K-Briqs e, ainda em 2023, colocar no mercado mais de 3 milhões de tijolos sustentáveis.