Brasileiros desenvolvem tecnologia que usa bagaço da maçã para produzir biocombustível
Uma das frutas mais consumidas no Brasil e no mundo – seja in natura ou ainda de forma processada, como em bebidas, vinagres ou snacks –, a maçã é também um dos alimentos que mais gera lixo para o planeta. Isso porque seus subprodutos, como o bagaço, por exemplo, não são reaproveitados pela indústria de alimentos e acabam sendo descartados.
Pois pesquisadores brasileiros das universidades Unicamp e UFABC, em São Paulo, desenvolveram uma técnica que prevê usar esses insumos, que hoje têm a lata de lixo como destino, para produzir energia limpa.
Trata-se de uma biorrefinaria que facilita, de forma controlada, um processo que já acontece naturalmente em materiais orgânicos em decomposição: a digestão anaeróbia. Você já ouviu falar nesse termo? É quando os microrganismos anaeróbios se alimentam de matéria orgânica degradada e, no processo, geram biogás.
A reação é exatamente a mesma que ocorre em aterros sanitários, mas quando feita em ambiente controlado se torna mais eficiente. Segundo os pesquisadores, 1 quilo de bagaço de maçã é capaz de gerar cerca de 36 litros de biogás durante a digestão anaeróbia. Com a tecnologia desenvolvida na biorrefinaria, esse montante garante a produção de quase 2 kWh de eletricidade.
Já pensou multiplicar isso por todo o bagaço de maçã que tem no mundo? Os pesquisadores apostam na técnica como uma potencial aliada para a redução do uso de combustíveis fósseis no planeta – e, consequentemente, para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa.