Casca de coco pode substituir isopor como isolante térmico
Esta é uma daquelas soluções que resolvem dois problemas de uma só vez. Os produtores de coco e empresas que usam a fruta como matéria prima precisam dar uma destinação correta às cascas, ao mesmo tempo que fabricantes de coolers usam o isopor como isolante térmico, um material difícil de ser reciclado que oferece riscos ao meio ambiente.
Nas Filipinas, uma startup desenvolveu um produto que pode ser uma resposta positiva para estes dois cenários: isolantes térmicos que substituem o isopor por cascas de coco.
Fundadada por David Cutler e Tamara Mekler em 2018, a Fortuna Cools surgiu com o objetivo de encontrar um material mais sustentável do que o poliestireno expandido – também conhecido como isopor – para criar coolers duráveis e acessíveis para pescadores locais.
Observando a natureza, surgiu a ideia de usar a casca do coco, que protege a polpa da fruta de quedas e das variações de temperatura. Um material leve e ao mesmo tempo bastante resistente que não era visto como um produto e sim como um problema.
Os produtores locais costumavam queimar as cascas, gerando fumaça e liberando CO2 na atmosfera. Com a nova destinação das cascas de coco, os produtores deixaram de gerar impacto ambiental negativo e passaram a gerar renda extra com os resíduos.
Os primeiros produtos desenvolvidos pela startup eram caixas que mantinham a temperatura, feitas a base de cascas de coco e que eram usadas pelos pescadores locais, que dependiam destes recipientes para conservar peixes e outros mantimentos.
Com uma doação do Ocean Innovation Challenge do PNUD em março e uma nova rodada de financiamento, os empreendedores puderam desenvolver um novo produto de consumo: Nutshell Coolers. Uma versão mais elegante e dobrável que pode ser usada por outros consumidores e que será lançada em breve.
A tecnologia usa recursos naturais, gera uma renda extra para produtores de coco e ainda evita o uso de isopor, um material com um impacto ambiental bastante negativo. Uma solução que pode ser aplicada em outros países do mundo com produção de cocos, como o Brasil.
Fonte: Ciclo Vivo