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Centro de Biodiversidade da Mata Atlântica produz mudas nativas

Centro de Biodiversidade da Mata Atlântica produz mudas nativas
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Com tecnologia e pesquisa científica, o local se dedica a produzir mudas de espécies nativas e ameaçadas de extinção

O Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica do país,  passou a contar com um Centro de Biodiversidade da Mata Atlântica, iniciativa que alia a expertise das pesquisas científicas realizadas no território à produção inteligente de espécies nativas da flora atlântica para comercialização, com foco em paisagismo e reflorestamento de áreas degradas.

O empreendimento, inédito no Brasil, além da produção de plantas nativas e algumas raras, trabalha também com as ameaçadas de extinção, com uma inovação exclusiva de rastreabilidade digital de toda cadeia produtiva.
Atualmente, 90% da vegetação no paisagismo urbano no Brasil é de origem estrangeira, mesmo sendo um dos países mais ricos em biodiversidade do planeta. Para ser uma alternativa a esse cenário, o Legado das Águas, que hoje lidera uma das iniciativas mais relevantes de conservação florestal no Brasil focada em negócios da nova economia, inseriu em seu modelo de negócio um projeto ambicioso de levar a Mata Atlântica de volta aos centros urbanos, inaugurando em junho de 2016 um viveiro de plantas.
Foto: Legado das Águas
Foto: Legado das Águas

Após quatro anos de melhorias contínuas, o viveiro foi remodelado no final de 2020, passando a se chamar Centro de Biodiversidade. Conforme explica Maria Angélica Szymanski, coordenadora do espaço, além de melhorias estruturais, as principais mudanças foram no modelo de trabalho, que incorporou pesquisa científica e tecnologia à produção vegetal.

“As pesquisas são essenciais em duas frentes: a primeira é nos indicando quais as espécies com maior necessidade de conservação, ou seja, as raras ou ameaçadas de extinção. Já a segunda é como vamos produzi-las. Desse trabalho, identificamos as espécies com potencial ornamental, econômico e conservacionista, aliando a ampliação da biodiversidade ao paisagismo urbano e serviços ecossistêmicos promovidos pelas plantas, como atração de aves, controle de pragas urbanas, conforto térmico, drenagem do solo, entre outros benefícios”, explica Maria Angélica.

Centro de Biodiversidade da Mata Atlântica. Foto: Legado das Águas

Como conseguir mudas?

O Centro de Biodiversidade tem capacidade para produção de 200 mil mudas por ano, de até 140 espécies nativas diferentes, tanto para paisagismo, quanto para reflorestamento. “Nossas mudas levam vantagem em relação às plantas exóticas em função da facilidade de manutenção, integração ao local de plantio e melhor desenvolvimento. O nosso objetivo agora é ampliar o catálogo de espécies, além da melhoria contínua de toda cadeia produtiva”, garante a coordenadora.

Para escoar a produção do Centro de Biodiversidade, no final de 2020, a Reservas Votorantim, gestora do Legado das Águas, inaugurou o Pátio Caeté em São Paulo. “Com o Pátio Caeté, conseguimos ser competitivos e aproximar do público plantas que, apesar de serem da nossa Mata Atlântica, são desconhecidas pela maioria das pessoas”, diz David Canassa, diretor da Reservas Votorantim. Para ele, a inauguração do espaço foi um importante passo para a abertura de um mercado paisagístico que valorize a flora brasileira.

Muda de Cabuci. Foto: Legado das Águas

Inovação e tecnologia

Toda produção do Centro de Biodiversidade conta com um diferencial exclusivo do Legado Águas: a rastreabilidade.  As plantas recebem um QR Code e, com um celular em mãos, é possível saber todas as etapas da cadeia produtiva, inclusive a sua origem na floresta, o que garante o padrão de qualidade e de origem. Além disso, esse processo garante a produção com responsabilidade, provando que a coleta das sementes é legal, conforme preza a legislação.

Como parte do processo de melhoria na produção das espécies, o conhecimento popular é valorizado. “Produzir espécies nativas é desafiador. Há muitas espécies que ainda estamos descobrindo a melhor forma de cultivar. Além de contar com estudos liderados por pesquisadores e técnicos, o conhecimento dos funcionários, que são pessoas da comunidade, é muito importante. Alguns métodos que melhoraram a forma de produção de algumas espécies foram descobertos ou sugeridos pelos viveiristas”, Maria Angélica.

“NÃO É DE AGORA QUE O CONHECIMENTO POPULAR SE ALIA AOS MÉTODOS DA CIÊNCIA. AO VALORIZAR ISSO, CONTRIBUÍMOS NÃO SÓ PARA CONSERVAÇÃO DO BIOMA, MAS PARA O FORTALECIMENTO DAS CULTURAS LOCAIS.”

Maria Angélica Szymanski, coordenadora do Centro de Biodiversidade

O Centro de Biodiversidade do Legado das Águas está incluso em diversas atividades de ecoturismo da Reserva e pode ser visitado pelos turistas – com abertura a depender das determinações do Plano São Paulo para a prevenção da COVID-19.

É possível adquirir as plantas produzidas no Legado em visita à Reserva, ou no Pátio Caeté (Avenida José César de Oliveira, 464 – fundos, Vila Leopoldina, São Paulo).

Floresta do Legado das Águas. Foto: Luciano Candisani

Para saber mais, acesse: www.legadodasaguas.com.br/patiocaete/

Fonte: Ciclo Vivo

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Trajano Xavier

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