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Cidade belga paga moradores para coletar água da chuva e cultivar jardins

Cidade belga paga moradores para coletar água da chuva e cultivar jardins
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A cidade belga de Leuven (Lovaina, em português) está subsidiando uma série de instalações que favorecem a permeabilidade. Os moradores poderão plantar árvores no quintal, instalar telhados verdes, jardins verticais, jardins de chuva e coletores de água pluvial com apoio da prefeitura.

Leuven é antiga, sua fundação é atribuída ao ano de 891. A cidade medieval é também universitária e hoje, com cerca de 100 mil habitantes, encontra dificuldades em expandir suas áreas verdes na região central – densamente construída e dominada por concreto e asfalto.

Leuven Bélgica
Cidade na Bélgica quer estimular moradores a “quebrarem o concreto”. | Foto: Domínio Público

No âmbito da gestão pública, algumas ruas e praças estão sendo reconstruídas para dar mais lugar à vegetação, porém agora o foco é estimular os população a, literalmente, quebrar o concreto: substituindo superfícies pavimentadas por áreas permeáveis.

Isso pode ser feito por meio do plantio de árvores, cultivo de jardins em quintais, na fachada ou na frente da residência. A ideia é desobstruir o solo, favorecendo a infiltração de água da chuva, retenção de águas subterrâneas e reduzindo os riscos de inundações. Além disso, tais ações fornecem um habitat ideal para atrair polinizadores, como insetos e pássaros.

Residentes de Leuven que possuem jardim, pequenos terraços ou varanda com jardim também podem solicitar uma consultoria gratuita sobre como obter um jardim “amigo da natureza”. Entre as dicas, são ensinadas como reciclar resíduos do jardim, como se livrar de agrotóxicos no cultivo, quais plantas locais mais propícias para beneficiar pássaros e borboletas e como tornar o jardim mais resistente a invernos úmidos e verões secos.

Como funciona o subsídio

Há regras específicas para cada instalação e cuidados de manutenção. Em todos os casos, os moradores devem solicitar previamente o pedido à prefeitura para a aplicação das iniciativas sustentáveis.

Também os valores concedidos para cada ação variam. No caso do telhado verde, o subsídio máximo é de cinco mil euros. Já quem substitui o jardim frontal por plantas perenes e arbustos recebe 100 euros nos primeiros 5 m² e 10 euros por cada metro quadrado adicional com limite máximo de 350 euros (equivalente a 30 m²).

No caso do coletor, o valor para cada habitante varia de acordo com a instalação e uso da cisterna. Com volume mínimo de 3000 litros, se a cisterna for conectada ao banheiro o valor disponibilizado é de 225 euros, se conectado a somente a uma torneira o valor cai para 75 euros.

O armazenamento de água da chuva pode ser aproveitada para diversos fins, como para limpeza de pisos e carros, descargas de banheiros, irrigação de plantas.

água da chuva
Foto: Max Rovensky | Unsplash

Anunciada em dezembro de 2022, a medida atualiza antigos regulamentos, antes focados em política hídrica, abrindo o leque para ações em prol da biodiversidade e ecologização urbana. O foco da iniciativa é tornar casas e jardins mais resistentes aos eventos climáticos extremos, em consequência das mudanças climáticas. O efeito imediato de tais ações é atenuar o efeito de ilha de calor, tornar os bairros mais agradáveis e favorecer o bem-estar emocional com a expansão das áreas verdes.

Por Ciclovivo

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Trajano Xavier

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