Cientistas australianos transformam máscaras usadas em pavimentação para estradas
Em mais de um ano de pandemia, sabemos da importância do uso de máscaras para evitar a contaminação, mas precisamos reconhecer que o descarte incorreto está provocando um imenso problema ambiental. Quanto mais tempo passamos usando máscaras, mais o lixo gerado pela pandemia cresce. No entanto, empenhados em dar um novo destino às máscaras usadas, cientistas australianos conseguiram transformá-las em pavimentação para estradas.
Os pesquisadores do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne (RMIT University) misturaram máscaras faciais descartáveis trituradas com entulho de construção processado, e a boa notícia é que o resultado atende aos padrões de segurança da engenharia civil. Segundo eles, o material final apresenta duas vantagens: é mais rígido e resistente graças às máscaras.
Para construir um quilômetro de uma estrada de duas pistas são necessários cerca de 3 milhões de máscaras, o que evitaria 93 toneladas de resíduos em aterros sanitários. Mohammad Saberian, autor principal do estudo, afirma que as descobertas são só o começo. “Esperamos que isso abra a porta para novas pesquisas, para trabalhar através de maneiras de gerenciar riscos à saúde e segurança em escala e investigar se outros tipos de EPI também seriam adequados para reciclagem”, explica.
Baseado na economia circular, que propõe que os resíduos de uma indústria sirva para matéria-prima reciclada de outra indústria, o professor Jie Li, que lidera a equipe da Escola de Engenharia da RMIT, confirma: “Se pudermos trazer o pensamento da economia circular para este problema massivo de resíduos, podemos desenvolver as soluções inteligentes e sustentáveis que precisamos”.
De acordo com um estudo publicado em dezembro de 2020 na OceansAsia, somente no ano passado cerca de 1,56 mil milhões de máscaras descartáveis foram parar nos oceanos. Encontrar uma maneira de usar estes resíduos em outro setor é mais do que urgente!
Fotos 1 e 2: RMIT University
Foto 3: Ojilo
Foto 4: Anthony Wallace/AFP
Fonte: Balaio do Bem