Cientistas sequenciam genoma de gato dente-de-sabre pela primeira vez
Pesquisa liderada pela Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, indica que esses felinos tinham comportamentos sociais complexos e eram caçadores natos
Pesquisadores da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, mapearam pela primeira vez o genoma nuclear completo de um gato dente-de-sabre da espécie Homotherium latidens. O estudo do DNA do animal, publicado na última quinta-feira (15) no Current Biology, revela quais genes foram altamente selecionados e importantes na evolução da espécie.
Os felinos dente-de-sabre viveram durante o Pleistoceno (entre 2,588 milhões e 11,7 mil anos atrás) e foram extintos antes do fim da última era glacial (entre 110 mil e 10 mil anos atrás). O espécime estudado é um gato-de-cimitarra encontrado no Canadá — e é tão antigo que não poderia ser datado usando o método convencional por radiocarbono.
“Sua composição genética sugere que os gatos-de-cimitarra eram caçadores altamente qualificados: provavelmente tinham uma visão diurna muito boa e exibiam comportamentos sociais complexos, adaptações genéticas para ossos fortes e os sistemas cardiovascular e respiratório, o que significa que eram adequados para corridas de resistência”, disse Michael Westbury, coautor do estudo, em declaração. “Com base nisso, achamos que eles caçavam em matilha até que suas presas chegassem à exaustão com um estilo de caça baseado em resistência durante o dia”.
Para a pesquisa, os cientistas usaram uma variedade de técnicas modernas de sequenciamento genômico, realizaram análises comparativas complexas com felinos ainda vivos, como leões e tigres, mostrando que os Homotherium latidens eram geneticamente muito diversos em comparação às espécies modernas. Além disso, a análise sugere que o ancestral comum dos dentes-de-sabre e dos gatos modernos viveu há pelo menos 22,5 milhões de anos — em comparação, o ancestral comum de humanos e gibões (um tipo de primata) viveu entre 15 milhões e 20 milhões de anos atrás.
“Essa foi uma família de gatos extremamente bem-sucedida. Eles estiveram presentes em cinco continentes e vagaram pela Terra por milhões de anos antes de serem extintos. O período geológico atual é a primeira vez em 40 milhões de anos que a Terra não possui predadores dentes-de-sabre”, afirmou o coautor Ross Barnett. “Sentimos falta deles”.
Fonte: Revista Galileu