Colônia de cupins mais antiga do mundo revela ‘segredo’ da vida pré-histórica
A descoberta começou por acaso. Uma equipe de cientistas investigava o solo ao redor do rio Buffels para entender por que as águas subterrâneas da região são salgadas.
Porém, se depararam com essas colônias de cupins, revelando um mistério científico que remonta a períodos anteriores às civilizações humanas.
Colônia sobreviveu à última era glacial
A colônia de cupins, habitada pela espécie Microhodotermes viator, o cupim colhedor do sul, possui entre 13 e 19 mil anos.
Michele Francis, professora sênior do Departamento de Ciência do Solo da Universidade de Stellenbosch, liderou o estudo que revelou a idade extraordinária desses cupinzeiros.
“Esses cupinzeiros já existiam quando os mamutes lanudos ainda perambulavam pela Terra”, comenta Francis.
Colônia de cupins mais antiga que pinturas rupestres
Datações recentes por radiocarbono confirmaram que as colônias de cupins da região são mais antigas do que qualquer outra conhecida até hoje.
“São mais antigas do que as famosas pinturas rupestres da Europa e até do que o Último Máximo Glacial, quando grandes camadas de gelo cobriam o hemisfério norte”, revela Michele Francis.
“Segredos” pré-históricos
Francis também explica como esses cupinzeiros oferecem informações sobre a vida e o ecossistema pré-históricos da região. “Esses montes indicam que a região tinha muito mais chuvas durante sua formação do que hoje”, explica a cientista.
O clima mais úmido permitiu que minerais como calcita e gesso se dissolvessem e se movessem para o lençol freático.
“Estudar esses montes ajuda os cientistas a entender melhor como combater as mudanças climáticas, utilizando processos naturais de sequestro de CO2“, finaliza Michele.