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Estudo global aponta que o número de insetos caiu drasticamente desde 1990

Estudo global aponta que o número de insetos caiu drasticamente desde 1990
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Perda impensável de 25% no número de insetos desde 1990 foi descoberta em estudo global

O maior estudo já feito até à data sobre a abundância global de insetos mostrou uma queda de 25% no número destes animais nos últimos trinta anos.
Se você considera isso um alívio ao invés de preocupante, é porque não tem ideia de como os insetos são vitais para os ecossistemas dos quais nós dependemos. Eles polinizam plantas, servem de alimento para outras criaturas e reciclam o “lixo” da natureza, para citar algumas de suas funções.

Os insetos são os mais variados e abundantes animais que existem, superando a humanidade em 17 vezes.
O novo estudo combinou 166 pesquisas de longo prazo de quase 1.700 locais, determinando um declínio no número de espécies no mundo todo.
Vale notar que o número de insetos de água doce tem aumentado 11% a cada década, graças a ações para limpar rios e lagos poluídos. No entanto, esse grupo representa apenas 10% das espécies existentes e não poliniza culturas.
“É uma ótima notícia que alguns insetos aquáticos pareçam estar aumentando, provavelmente de um nível muito baixo. Mas a maior parte dos insetos é terrestre e este novo estudo confirma o que já estava claro: eles estão em declínio há muitas décadas”, disse Dave Goulson, da Universidade de Sussex (Reino Unido), que não esteve envolvido na nova análise, ao The Guardian.

Razões para se preocupar

O segundo maior estudo já realizado sobre a abundância de insetos foi baseado em 73 pesquisas e estimou uma taxa de declínio duas vezes maior do que a análise mais recente.
Isso não significa que o problema seja menor do que o esperado. “Esses 25% são definitivamente algo para se preocupar. É um quarto a menos do que quando eu era criança. Uma coisa que as pessoas sempre devem lembrar é que realmente dependemos de insetos para nossa comida”, explicou o líder do estudo, Roel van Klink, do Centro Alemão de Pesquisa Integrativa em Biodiversidade, ao The Guardian.

No que diz respeito à taxa de perda de insetos, considerando as informações disponíveis, o declínio parece ser pior na Europa. Na América do Norte, as taxas de decadência estão estabilizando, mas em um nível baixo.
É importante levar em conta que a abundância de insetos é pouco estudada em várias regiões. Por exemplo, existem poucos ou nenhum dado de localidades na América do Sul, sul da Ásia e África. Dito isto, os pesquisadores estimam que a rápida destruição de habitats selvagens nesses locais em nome da agricultura e urbanização provavelmente afete significativamente as populações de insetos.
“Sabemos pelos nossos resultados que a expansão das cidades é ruim para os insetos, porque todo lugar costumava ser um habitat mais natural – não é algo difícil de perceber. Isso está acontecendo no leste da Ásia e na África em ritmo acelerado. Na América do Sul, há a destruição da Amazônia. Não há dúvida de que isso é ruim para insetos e todos os outros animais lá. Mas nós simplesmente não temos os dados”, esclareceu van Klink.
Outro achado preocupante da pesquisa é que insetos não estão se saindo muito melhor em reservas naturais do que fora dessas áreas protegidas. “Achamos isso muito impressionante e um pouco chocante – significa que algo está errado”, afirmou o pesquisador.

Há esperança?

A perda de insetos é causada por destruição de habitats, uso de pesticidas e poluição. O impacto da mudança climática ainda não é claro, embora existam exemplos locais que indiquem relações preocupantes.
Por exemplo, níveis maiores de dióxido de carbono estão reduzindo os nutrientes nas plantas e por consequência a abundância de gafanhotos nas pradarias do Kansas, nos EUA. Isso pode estar acontecendo no mundo todo – não sabemos.
“Definitivamente temos muitos motivos de preocupação, mas não acho que seja tarde demais. O aumento de espécies de água doce nos deixa pelo menos esperançosos de que, se colocarmos a legislação certa em prática, poderemos reverter essas tendências”, concluiu Van Klink.
Um artigo sobre o novo estudo foi publicado na revista científica Science.

Fonte: Hypescience

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Trajano Xavier

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