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Europa despeja no Brasil mais de 6.000 toneladas de pesticidas por ano que matam abelhas

Europa despeja no Brasil mais de 6.000 toneladas de pesticidas por ano que matam abelhas
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A quantidade de agrotóxicos que a Europa está enviando para o Brasil é alarmante, ultrapassando as 6.000 toneladas em apenas um ano. Esses produtos químicos estão matando as abelhas, o que é uma séria ameaça à polinização e ao equilíbrio ecológico. É urgente agir para acabar com esta prática devastadora e proteger estes valiosos insetos que desempenham um papel fundamental na biodiversidade.

É preocupante saber que o Brasil se tornou o principal destino de pesticidas europeus, tão perigosos para as abelhas que são proibidos no continente. Felizmente, o Ibama vem tomando medidas para reavaliar a autorização de uso dessas substâncias desde 2014, o que é um passo na direção certa para proteger nosso meio ambiente e preservar o importante trabalho polinizador das abelhas.

É alarmante o número de toneladas de pesticidas que acabam matando as abelhas que são embarcadas da Europa para o Brasil a cada ano, chegando a aproximadamente 6.300 toneladas. Esses dados, revelados pela renomada organização suíça Public Eye e pela agência de notícias Unearthed, nos mostram uma situação preocupante para o bem-estar e sobrevivência desses importantes polinizadores.

Embora os produtos à base de neonicotinoides sejam produzidos na Europa, desde 2018 eles foram proibidos na União Europeia devido ao seu impacto negativo nas abelhas. Essas criaturas são essenciais para a reprodução de várias espécies de plantas, por isso a decisão foi tomada para protegê-las e garantir um ambiente saudável.

Acompanhe o destino dos pesticidas

Segundo informações da Agência Européia de Substâncias e Misturas Químicas (Echa), uma investigação foi realizada para traçar o destino dos pesticidas tiametoxam, clotianidina e imidaclopride, altamente eficazes no controle de insetos. Esta pesquisa revelou dados importantes sobre como esses pesticidas afetam o meio ambiente e seu impacto na vida dos insetos.

No ano passado, os fabricantes europeus conseguiram exportar impressionantes 13,2 toneladas dessas substâncias para 78 países. Surpreendentemente, o principal destino foi o Brasil, com uma demanda de 6.272 toneladas, o que equivale a impressionantes 47% do total exportado.

A maior parte das compras feitas no Brasil é referente ao químico tiametoxam, fabricado pela multinacional suíça Syngenta, com um volume total de 6.269 toneladas. Enquanto o restante dos agrotóxicos adquiridos correspondem à marca alemã Bayer.

Como os pesticidas matam as abelhas

É preocupante como certos pesticidas podem afetar o sistema nervoso central das abelhas, causando desorientação. Além disso, esses produtos também podem afetar sua capacidade de aprendizado, digestão e sistema imunológico, causando até a morte em muitos casos.

“ Os neonicotinóides [como o tiametoxam] e o fipronil são os inseticidas mais usados ​​na agricultura no Brasil e são muito prejudiciais às abelhas. Não importa a dose ”, explica Genna Sousa, pesquisadora e especialista em abelhas sem ferrão.

Você está absolutamente certo, aqueles que conseguem sobreviver ao caminho podem se tornar portadores de doenças mortais para toda a colônia. A prevenção e os cuidados constantes são essenciais para evitar uma catástrofe.

Estudo recente sobre pesticidas em abelhas nativas

Um estudo recente feito pela Unesp de Rio Claro, UFSCar e Unicamp revelou que três espécies de abelhas nativas do Brasil, entre elas a jataí, são ainda mais sensíveis ao tiametoxam do que as espécies consideradas irritantes, muito comuns na Europa e já foram adotado como modelo para testes internacionais. Esta pesquisa demonstra a importância de proteger nossas abelhas nativas, já que sua saúde pode ser muito mais afetada por este inseticida.

O Ibama vem conduzindo uma revisão exaustiva da autorização para uso de tiametoxam e clotianidina no país desde 2014. É animador que, em agosto do ano passado, a 9ª Vara Federal de Porto Alegre estabeleceu um prazo de seis meses para uma decisão final conclusão é alcançada neste processo. Isso demonstra a seriedade e o comprometimento das autoridades ambientais em garantir a segurança e proteção do meio ambiente. No entanto, o Ibama não respeitou o prazo e ainda não há previsão para o encerramento do processo.

pesticida imidaclopride

O imidaclopride, agrotóxico que foi proibido na Europa e depois vendido para o Brasil, foi reavaliado e não banido pelo IBAMA em março de 2021. Em vez disso, o órgão ambiental federal emitiu um comunicado com medidas para reduzir os riscos aos insetos polinizadores.

Osmar Malaspina, renomado professor do Instituto de Biociências da Unesp em Rio Claro, está muito preocupado com a decisão do Ibama. Com base no seu amplo conhecimento científico, considera que este pesticida deve ser retirado do mercado devido às bases científicas existentes. Sem dúvida, sua opinião apoia a necessidade de tomar medidas urgentes para garantir a segurança e a proteção do meio ambiente. “ No entanto, por ser um produto eficiente para o controle de ‘n’ pragas e não ter correlação com a saúde humana, mesmo sendo tóxico, é mais difícil eliminá-lo”, acrescenta o professor .

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A galinha dos ovos de ouro

A Bayer introduziu o primeiro neonicotinoide no mercado mundial com imidaclopride em 1996, e o tiametoxam da Syngenta logo o seguiu. Esses produtos provaram ser altamente eficazes na proteção das culturas contra pragas e doenças.

É verdade que os fabricantes de medicamentos genéricos também produzem neonicotinóides, mas as multinacionais suíças e alemãs provaram ser líderes de mercado indiscutíveis por muitos anos. Seus produtos têm sido amplamente reconhecidos por sua qualidade e eficácia, ajudando a consolidar sua posição dominante no setor.

“ Se você tem uma boa venda, a empresa não tem interesse em tirar o produto do mercado. Você pode até ter um substituto um pouco menos tóxico, mas se a venda for muito alta não vai matar um produto que é a galinha dos ovos de ouro ”, diz Osmar Malaspina.

Segundo dados compilados pela Public Eye e Unearthed, a Syngenta se destaca como a empresa líder em exportações para o Brasil entre as 17 empresas europeias de maior destaque.

A empresa conseguiu exportar a expressiva quantidade de 10,4 toneladas de agrotóxicos, o que representa 79% do total. Esses produtos têm sido distribuídos estrategicamente por importantes portos como Bélgica, Espanha, França, Alemanha, Áustria, Grécia e Hungria.

Produto principal da Syngenta

Cerca de 10,4 toneladas (79% do total) de agrotóxicos da empresa saíram dos portos da Bélgica, Espanha, França, Alemanha, Áustria, Grécia e Hungria. A investigação aponta que a participação de mercado da empresa pode ser ainda maior, já que o segundo maior exportador em 2021 era um operador de armazém de mercadorias perigosas em um porto holandês, que armazenava cargas da Syngenta.

O carro-chefe da Syngenta no mercado interno é o Engeo Pleno S, amplamente utilizado na cultura da soja. É composto por uma mistura altamente eficaz do neonicotinoide tiametoxam e do inseticida lambda-cialotrina. Embora esses componentes sejam tóxicos para as abelhas, sua eficácia garante a proteção das culturas e a lucratividade dos agricultores.

A Agência Europeia para Substâncias e Misturas Químicas sinalizou a suspeita de que o tiametoxam pode causar complicações no sistema reprodutivo e no desenvolvimento de fetos humanos. Isso revela a importância de evitar seu uso e buscar alternativas mais seguras para proteger nossa saúde e das gerações futuras.

A aprovação da lei pelo Parlamento Europeu em fevereiro deste ano marca uma grande mudança para os produtores brasileiros. A partir de março de 2026, a importação de alimentos e rações contendo tiametoxam e clotianidina será bastante limitada. Este é um desafio direto para os produtores brasileiros, que terão que se adequar a esta nova regulamentação para manter sua presença no mercado europeu.

O declínio global dos polinizadores

” A preservação da população de polinizadores apenas dentro da União Europeia seria insuficiente para reverter o declínio global das populações de polinizadores e seus efeitos sobre a biodiversidade, produção agrícola e segurança alimentar também dentro da União”, disse a comissão no texto aprovado .

A Syngenta disse que seus produtos “ estão entre os mais regulamentados do mundo” , “ são seguros quando usados ​​de acordo com as especificações da bula e prescrições agronômicas ” e “ desempenham um papel essencial na produção de alimentos de qualidade, seguros e sustentáveis ”.

A Bayer afirma com confiança que seus produtos são seguros e optou por não comentar sobre a clotianidina neste momento. porque está “ fora do seu portfólio no Brasil ”

ecoportal.net

Com informações de: https://reporterbrasil.org.br/

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Trajano Xavier

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