Fazenda em SP transforma pasto em floresta capaz de produzir até 1 milhão de mudas por ano
Enquanto a conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) busca soluções para frear o aquecimento global que afeta as sociedades como um todo, pequenas iniciativas têm surgido para fazer a diferença, desde já.
Uma fazenda em Garça, no interior paulista, repensou seu próprio conceito de agronegócio para produzir e gerar lucro sem prejudicar o meio ambiente.
Na propriedade, pastos foram transformados em florestas com a ajuda e delicadeza de dezenas de mulheres, que transplantam as mudas e as convertem em árvores frondosas.
Ao longo dos anos, esse trabalho paciente mudou a realidade da fazenda.
Uma muda precisa ficar 3 meses na sombra para se desenvolver e ganhar força. Depois, mais 3 meses no sol para crescer para o plantio. Dentro do viveiro florestal, são cultivadas mudas de árvores nativas destinadas a recuperação ambiental, e árvores de madeira nobre que são comercializadas.
O viveiro foi idealizado pela agrônoma Valéria Ciriello, que pensou no futuro do planeta e na necessidade de recompor as áreas degradadas, sem abrir mão do seu sustento e do sustento de outras famílias.
Em sete anos, graças ao trabalho de recuperação ambiental na fazenda da família, mais de 300 hectares de área foram revitalizados.
Hoje, a propriedade de Valéria se transformou em uma empresa que comercializa mudas para quem quer recuperar áreas degradadas e também para quem cultiva árvores de madeira nobre.
Todo ano, até 1 milhão de mudas são produzidas. Uma em cada 5 delas são destinadas à recuperação ambiental e o restante para os produtores de madeira nobre.
Josiane Simírio e Alexssandra Tereza trabalham como viveiristas e parceiras de Valéria na fazenda. No dia a dia, separam as encomendas e trabalham no plantio de mudas – um ofício que despertou nelas a consciência ambiental que faltava.
Elas contam que fazem questão de levar os ensinamentos do trabalho para casa.
No seu entorno, a fazenda de Graça tem uma agrofloresta totalmente recuperada, onde os proprietários cultivam pupunha, cuja produção abastece os supermercados da cidade.
Futuramente, a ideia é ampliar o atendimento para outras cidades da região.
Graças ao processo de reflorestamento feito nos últimos anos, a nascente dentro da propriedade voltou a ganhar vida, tanto que a água desce com tanta força que é suficiente para irrigar o viveiro, e ainda tornou a fazenda autossustentável!
Na visão de Valéria, é necessário oferecer incentivos para os produtores recuperarem suas áreas e tornar o país um lugar melhor para se viver. “Não destruir, proteger e recuperar são formas de contribuir para que gerações futuras tenham chance de viver em um planeta melhor”, disse.
Fonte:Razões para Acreditar