Figueira de 25 anos é a primeira moradora de condomínio
Árvore vai ter lugar de destaque em condomínio de casas em Goiânia – plantio foi acompanhado de perto futuros moradores
O contato com a natureza faz muito bem para a nossa saúde. Em áreas urbanas, em especial, as árvores garantem inúmeros benefícios: ar mais puro, sombra e temperaturas mais amenas, frutas e a atração de biodiversidade, como pássaros, borboletas e polinizadores – tudo isso sem mencionar a beleza que trazem para as cidades. Em um condomínio em Goiânia, a presença de uma árvore ganhou destaque. Assim como as pessoas mudam de uma casa para outra, uma figueira branca (Ficus elastica) fez a sua “mudança” no final de dezembro de 2023 para o Parqville Figueira, condomínio horizontal de alto padrão que está em fase de obras.
A árvore é da família das gigantescas gameleiras, com aproximadamente 25 anos, 8 metros de altura e uma copa com 12 metros de diâmetro e foi recebida pelos moradores do condomínio. A preparação para o transplante começou a cerca de um mês. A figueira percorreu 18 quilômetros para chegar ao seu novo endereço. Saiu de um viveiro situado na saída para Bonfinópolis, em uma operação que mobilizou o trabalho de mais de dez pessoas, além do uso de um caminhão prancha com mais de 10 m de comprimento e 3,2 m de largura, caminhão munck para içar a árvore e dois carros batedores usados no transporte da espécie até o condomínio.
“Além das licenças ambientais, os cuidados no transporte foram todos tomados, pois este é sempre um momento delicado. A copa foi protegida por um sombrite, para evitar a desidratação. A carroceria escolhida comporta todo o caule para que não haja dano e a raiz foi protegida”, explica o engenheiro Eloy Campos Antunes, responsável pela mudança de endereço da árvore.
Agora, a figueira vai ser a grande estrela do novo empreendimento. A CINQ Desenvolvimento Imobiliário, que constrói condomínios horizontais com a marca Parqville dá o nome de uma árvore para cada empreendimento. E a árvore homenageada é plantada na rotatória principal de cada empreendimento. “É a personalidade de cada lugar que criamos, sua marca registrada”, diz o diretor da empresa, Eduardo Oliveira.
O primeiro replantio de uma espécie já adulta, com o condomínio ainda em fase de obras, foi uma decisão estratégica com foco explícito na satisfação dos clientes. “Quando o condomínio for entregue ela já estará bem maior, com uma copa ainda mais frondosa, de forma que os clientes poderão usufruir imediatamente de sua sombra, abrigando piqueniques, brincadeiras e testemunhando muitas cenas de alegria que vão se desenrolar”, completa.
Os futuros moradores do Parqville Figueira acompanharam de perto este momento. “Ver que o empreendimento se preocupa com o meio ambiente, com a natureza, reforça ainda mais a essência da família, das crianças correndo ao ar livre, no contato com os vizinhos. Sem dúvidas esse momento ficará marcado para sempre em nossas memórias”, destaca Liana Maia que acompanhou o transplante da árvore ao lado do marido Oberdan.
Além do destaque para a figueira, o condomínio o Parville Figueira possui 113.000 m² de área verde, entre praças de convivência e área de preservação permanente (APP) e ainda vai contar com a primeira fazenda e agrofloresta urbana da região. O último estudo Tendências de Moradia, do Fipe Zap+, mostra que a proximidade a parques e áreas verdes é a segunda característica mais buscada por potenciais compradores de imóveis (29%).
Figueira
Com a ocorrência de muitas subespécies no Brasil, no bioma cerrado inclusive, as figueiras são cultivadas em outras partes do planeta há milhares de anos e possuem um profundo simbolismo cultural em várias tradições ao redor do mundo. Para muitos povos antigos ela é símbolo de fertilidade, abundância e renascimento. Frondosa e de copa generosa, a árvore pode atingir entre 20m e 30m.
Cuidados antes, durante e depois da mudança
Segundo o engenheiro ambiental Eloy Campos, para a operação de transplante a árvore passou por um processo denominado desmame. “Começamos com o desmame da árvore que é o corte de parte das raízes. Para isso, fizemos a cavatura ao redor da árvore, com cerca de seis vezes o diâmetro do tronco e com cavidade média de 60 cm de profundidade para estimular o crescimento das raízes”, informa Eloy. Ainda de acordo com o engenheiro ambiental, o último passo a ser feito antes do transplante foi o envelopamento das raízes. “As raízes foram envolvidas com plástico filme e hormônio enraizador para que ela chegue ao local de transplante já com reação nas raízes”, destaca.
Além disso, para evitar a desidratação da árvore, algumas folhas e galhos da árvore foram podados. “Isso porque, no seu processo natural de fotossíntese, é natural que a árvore perca muita água. Então para manter a sua reserva de água intacta, crucial para esse primeiro momento de adaptação, esse procedimento foi necessário”, salienta.
Eloy ainda informa que, como a figueira sofreu um trauma ao ser retirada de sua antiga morada, ela entrou em estado de hibernação. “Após sete horas do transplante, ela desperta de sua dormência. Já as novas folhas devem surgir em aproximadamente vinte e um dias, assim como a formação de radicelas – raízes minúsculas que são responsáveis pela absorção da maior quantidade de nutrientes e que germinam primeiro na semente. Já para ela ficar frondosa novamente leva em torno de nove meses”, diz.
Segundo informa Eloy, para facilitar na adaptação da árvore ao novo ambiente algumas medidas foram tomadas. “Por ser uma espécie de pleno sol, ela foi posicionada num local que recebe muita luz solar, para que ela cumpra com maestria as suas funções de sequestro de carbono e produzir oxigênio e água. Além disso, é importante colocar escoras de madeira para que ela resista aos ventos. Isso porque, como as suas raízes ainda não estão totalmente integradas ao solo, essa estrutura de apoio deve permanecer até que a árvore se adapte, ganhe força e se sustente sozinha”, enfatiza. Ao todo, o processo de adaptação pode levar até 2 anos para se concluir. Os cuidados seguem mesmo após o transplante. “Assim como colocamos calcário, yoorin e hormônio enraizador no seu novo berço {uma cova com três metros de largura e um metro de profundidade}, para que ela se alimente nos próximos dias, é necessário que ela seja regada duas vezes por semana”, finaliza o engenheiro.