Governo chinês produz chuva artificial para proteger colheita de arroz de seca recorde
Após o impasse sobre o fechamento de fábricas no sudoeste da China no último domingo devido à escassez de água, o governo chinês decidiu produzir chuva artificial para proteger a colheita de grãos.
Desde que a China começou a registrar suas condições meteorológicas, há 61 anos, o país registrou o verão mais quente e seco. O fenômeno deixou os reservatórios com metade do nível normal de água, prejudicando a safra de arroz do sul da China.
O governo quer “garantir a colheita de grãos no outono”, que representa 75% do total anual da China, disse o ministro da agricultura Tang Renjian na sexta-feira, segundo o jornal NPR.
Fábricas na província de Sichuan foram fechadas na semana passada para economizar energia para as residências, pois a demanda por ar-condicionado aumentou, com temperaturas de até 45 graus Celsius. Enquanto isso, escritórios e shoppings em Sichuan foram obrigados a desligar luzes e ar-condicionado. O metrô de Chengdu, capital da província, apagou milhares de luzes nas estações.
Para evitar mais escassez, serão semeadas nuvens de chuva com produtos químicos. Além disso, será pulverizado um “agente de retenção de água” nas plantações para limitar a evaporação.
O cenário de escassez tem implicações políticas significativas, afinal de contas, uma colheita de grãos menor aumentaria a demanda por importações, aumentando a pressão sobre a inflação nos Estados Unidos e na Europa, que está atingindo altas de várias décadas.
Sichuan foi a mais atingida pela seca porque obtém 80% de sua energia de barragens hidrelétricas. Enquanto isso, outras áreas sofreram inundações repentinas fatais.
As inundações na província de Qinghai, no noroeste do país, mataram pelo menos 26 pessoas e deixaram cinco desaparecidos, informou a televisão estatal no domingo, citando autoridades locais.
Deslizamentos de terra e transbordamento de rios atingiram seis vilarejos na quinta-feira no condado de Datong, de acordo com notícias anteriores. Cerca de 1.500 pessoas foram forçadas a deixar suas casas.