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Imagens deslumbrantes evidenciam complexidade da biodiversidade marinha, que vai desde seres microscópicos até gigantes como as baleias

Imagens deslumbrantes evidenciam complexidade da biodiversidade marinha, que vai desde seres microscópicos até gigantes como as baleias
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Você já deve ter ouvido alguém comparando algo que acredita ser relativamente pequeno, ou insignificante, a uma “gota no oceano”. Mas, mesmo algo que parece não ter tanta importância diante das grandes maravilhas da Terra, pode nos surpreender. Angel Fitor, um fotógrafo espanhol que retrata a vida selvagem, tem trabalhado para capturar o mundo invisível por trás dessas gotas. E o que ele descobriu é de deixar qualquer um de boca aberta.

Fitor passou a maior parte de sua carreira tirando fotos de animais maiores, que vão desde cavalos-marinhos a tubarões, geralmente praticando snorkel ou mergulho. Alguns anos atrás, no entanto, ele ficou curioso para saber mais sobre os organismos que não conseguia ver a olho nu, como aqueles que fazem parte do que se convencionou chamar de plâncton, milhares de pequenas criaturas que flutuam pelos mares levadas pelas correntes oceânicas.

Muitas dessas criaturas são pequenas demais para serem fotografadas sem ferramentas científicas especiais. Mas os copépodes, pequenos crustáceos que compõe o plâncton e viraram alvo de estudo do fotógrafo e biólogo marinho, geralmente têm um tamanho que varia de 0,2 a 1,7 milímetros de comprimento, o que os torna grandes o suficiente para serem ampliados usando apenas lentes e equipamentos convencionais. “Os copépodes são os animais mais numerosos do planeta. As pessoas pensam que são insetos. Mas 70% do planeta é coberto por água, e os copépodes habitam tudo isso”, diz Chad Walter, pesquisador emérito do Museu Nacional de História Natural do Smithsonian.

Larva flutua livremente em gota de água — Foto: Angel Fitor

Larva flutua livremente em gota de água — Foto: Angel Fitor

Esses minúsculos invertebrados podem ser encontrados nas fossas oceânicas mais profundas e nos lagos alpinos mais altos, e também em musgos úmidos e folhas molhadas. Walter os estudou em todo o mundo, tanto no Mar Vermelho quanto na Antártida, e observou que, onde quer que haja água, os copépodes prosperam.

Angel Fitor, com sua pipeta, busca dar luz ao mundo oculto que está ao nosso redor — Foto: Angel Fitor

Angel Fitor, com sua pipeta, busca dar luz ao mundo oculto que está ao nosso redor — Foto: Angel Fitor

Fitor levou três anos de trabalho cirurgicamente preciso para obter estas imagens, que são tão impressionantes que se parecem até com pequenas jóias. “Imaginei cada gota de água como um aquário”, diz ele. Para alcançar o resultado, o fotógrafo pegava um barco no Mar Mediterrâneo e mergulhava para coletar amostras de água que iam direto para seu estúdio caseiro na vila costeira de Alicante, ao sul de Valência, na Espanha. E Fitor precisava ser bastante ágil, pois, quando os copépodes morrem, eles rapidamente perdem a cor.

Uma gota de água pendurada na micropipeta com uma única Sapphirina, um gênero de copépode com capacidade bioluminescente. — Foto: Angel Fitor

Uma gota de água pendurada na micropipeta com uma única Sapphirina, um gênero de copépode com capacidade bioluminescente. — Foto: Angel Fitor

No estúdio, montado com iluminação LED e fortes rajadas de ar condicionado para evitar que a água evaporasse, o fotógrafo usou binóculos comuns para espiar dentro de cada recipiente e puxar gotas de água com uma micropipeta. “Era como tentar pescar”, resume. Se tivesse sorte, a primeira amostra já continha algo que valia a pena fotografar. Mas, às vezes, ele chegava a passar oito horas tentando tirar uma única foto. “No final das contas, foram fotografias de tirar o fôlego”, conclui.

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Trajano Xavier

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