Indústria desenvolve pneu sustentável feito com a planta dente-de-leão. Inovação já ganhou prêmio de sustentabilidade

Somente no Brasil, cerca de 90 milhões de pneus são descartados por ano. Pneus esses que ocupam muito espaço nos aterros sanitários, liberam toxinas que contaminam os lençóis freáticos e, muitas vezes, são queimados, liberando gases extremamente tóxicos na atmosfera.

E se fosse possível ajudar a lidar com todos esses desafios a partir da produção de um pneu mais sustentável, feito com matéria-prima 100% natural? Pois a multinacional Continental AG, fabricante de pneus e peças automotivas, está trabalhando – com sucesso! – para isso.

A empresa desenvolveu um pneu sustentável, feito com borracha 100% produzida a partir da planta dente-de-leão, tão comum no Ocidente que já é considerada uma praga por lá.

A tecnologia foi criada por pesquisadores da Universidade de Aachen, na Alemanha, financiados pela Continental AG, e promete ser uma alternativa bem melhor do que as usadas atualmente na fabricação de pneus. A grande maioria é produzido com borracha sintética e existe também aqueles que são fabricados com borracha natural, feita a partir do látex da seringueira – o processo, no entanto, requer o uso de solventes orgânicos extremamente poluentes, quando não descartados corretamente.

A borracha de dente-de-leão, em contrapartida, precisa de um único aditivo para ser produzida: água quente. Além de ser muito mais sustentável, testes também já apontaram que os pneus feitos com esse material têm melhor desempenho do que os fabricados com borracha sintética ou natural do látex da seringueira.

A tecnologia já recebeu, inclusive, o famoso National German Sustainability Award, prêmio promovido pelo governo alemão para reconhecer inovações de sustentabilidade em diferentes setores. Aplicada aos pneus de uma bicicleta, a borracha de dente-de-leão ganhou o prêmio na categoria Design Sustentável.

Será que a tendência pega? Segundo a Continental AG, o dente-de-leão pode ser cultivado em qualquer condição climática e ainda tem potencial para ser também uma fonte de alimentação nutritiva para a população, ajudando no combate à fome.