Lixo plástico: um campeão de vendas da Amazon
O engenheiro Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX, tornou-se recentemente o homem mais rico do mundo, chegando a uma fortuna de 188.5 bilhões de dólares. Ultrapassou Jeff Bezos em 1.5 bilhão, que perdeu o posto da maior fortuna do planeta. Mas, enquanto Musk fabrica foguetes e carros elétricos, Bezos tem, com sua Amazon, um modo de cooperar com a destruição do planeta – jogando fora plástico, muito plástico.
Este mês a consultoria ambiental Oceana publicou um relatório segundo o qual a Amazon foi responsável por despejar no ambiente cerca de 250 milhões de toneladas de plástico no ano passado. A resposta da empresa? A conta foi sobrestimada em 350%. O lixo vem principalmente de plástico bolha utilizado para impedir que itens se movam dentro da embalagem ou embalagens de plástico para postagem de envelopes.
O estudo combinou também dados das embalagens de e-commerce com um estudo recente publicado na revista Science. Ele estima que 11 milhões dos detritos plásticos da Amazon entraram na água de solo e nos ecossistemas, o equivalente a despejar uma van cheia de plástico nos oceanos a cada 70 minutos.
Mesmo antes da atividade febril das compras online de 2020, o lixo plástico produzido pela Amazon já era uma série ameaça à saúde do planeta.
Em um relatório de sustentabilidade de setembro com o compromisso da companhia de zero carbono em seus negócios até 2040, a Amazon mencionou que filme de plástico é difícil de reciclar em plantas locais. A companhia não revela seu uso total de plástico, e disse que lançaria centros de reciclagem em 55 armazéns de distribuição em sua rede, para reciclar mais de 7 mil toneladas do material por ano, além das 1.500 toneladas de plástico sendo recicladas por ano na Europa.
Apesar dos protestos da Amazon, a Oceana mantém seus dados e recomenda em seu relatório que a varejista foque menos em reciclar plástico e mais em reduzir seu uso. “A Amazon já demonstrou que pode rapidamente reduzir o uso de embalagens plásticas em grande escala quando eliminou plástico não reciclável de seus centros de distribuição na Índia”, afirma o relatório. Os dados foram coletados por analistas da indústria de embalagens na China, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Japão, Índia, Alemanha, Canadá, Brasil, Espanha e México. Globalmente, o e-commerce consome por ano mais de um bilhão de toneladas de plástico.
Fonte: Projeto Colabora