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Mar no Triângulo das Bermudas é um berçário de tartarugas, indica estudo

Mar no Triângulo das Bermudas é um berçário de tartarugas, indica estudo
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Parece que parte das águas do Triângulo das Bermudas, frequentemente associado a desaparecimentos de navios, tem uma função adorável: a de berçário de tartarugas-verdes. É o que indica um novo estudo coordenado pela Universidade da Flórida Central (UCF), nos Estados Unidos, que apresentou evidências de que, após seu nascimento, as jovens tartarugas marinhas migram para o Mar dos Sargaços, localizado no oceano Atlântico, próximo à costa leste dos EUA.

Publicada nesta quarta-feira (5) no periódico Proceedings of the Royal Society B, a pesquisa traz importantes informações sobre os misteriosos “anos perdidos”, período definido entre o primeiro mergulho dos filhotes no oceano e a sua adolescência, quando retornam aos habitats costeiros. Os cientistas sabem pouco sobre os lugares onde as tartarugas ficam durante esses anos, por isso os definem como “perdidos”.

Uma das pontas do Triângulo das Bermudas, a costa da Flórida é área fundamental para ninhos de tartarugas-verdes e tartarugas-marinhas-comuns, explica a professora de biologia da UCF Kate Mansfield. Em uma pesquisa preliminar, a mesma equipe havia constatado a presença das tartarugas comuns no Mar dos Sargaços. Mas a aparição maciça das jovens tartarugas-verdes surpreendeu os especialistas.

Até agora, eles acreditavam que, após a eclosão de ovos e o encontro com o oceano, os filhotes dessa espécie de tartaruga viviam passivamente em correntes marítimas até atingir a juventude. “Descobrimos que as tartarugas-verdes se orientam ativamente em direção ao Mar dos Sargaços — e em quantidades ainda maiores do que as tartarugas comuns, conforme constatamos no nosso trabalho anterior”, comenta Mansfield, em comunicado.

Ela também explica que o método utilizado pelo estudo foi baseado no rastreamento das tartarugas através de sensores de localização, que foram adesivados em seus cascos. Com cerca de 2,5 centímetros, os dispositivos movidos à energia solar foram projetados para se desprenderem dos animais após alguns meses, sem causar prejuízos ao comportamento ou crescimento deles

Na coleta anterior, sete das 17 tartarugas-marinhas-comuns foram encontradas na região do Mar dos Sargaços depois de serem deixadas na Corrente do Golfo. Em relação às tartarugas-verdes, o número observado foi percentualmente maior: 14 dos 21 indivíduos com menos de um ano se dirigiram ao mar próximo ao Triângulo das Bermudas.

Para Jeanette Wyneken, da Universidade Atlântica da Flórida, os resultados dão pistas sobre onde as tartarugas bebês vão em seus primeiros anos, um período delicado de suas vidas. Esse é um dos passos cruciais para uma preservação sólida das tartarugas marinhas. “Se não soubermos onde estão e quais partes do oceano são importantes para elas, estaremos promovendo uma conservação vendada”, diz a coautora do artigo.

Por Revista Galileu

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Trajano Xavier

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