Marca reaproveita rolhas de vinho para fazer tênis
Após 15 anos de desenvolvimento, saiba o que este calçado tem de especial
Muitas pessoas são apaixonadas por tênis. Fazem coleções, estão de olho em cada lançamento da sua marca favorita. Para além do consumismo, esse hábito implica em um impacto ambiental que muitos nem imaginam: a maioria dos modelos são produzidos com materiais sintéticos baratos e derivados de combustíveis fósseis. Mas, o calçado Jasper Chukka foge à regra. Desenvolvido pela marca canadense SOLE, o produto é totalmente pensado para reduzir seu impacto ambiental.
A história do Jasper Chukka começa antes do lançamento do Android e do Spotify, em uma jornada focada na inovação e design. Tudo começou no início dos anos 2000, quando Mike Baker, CEO da SOLE, se inspirou em um piso de cortiça antigo e decidiu investir no potencial da cortiça reciclada para a fabricação de calçados sustentáveis.
Em 2008, a SOLE lançou o programa ReCORK, que coleta rolhas de vinho para reciclagem de cozinhas, bares, restaurantes e eventos em toda a América do Norte. O sucesso do programa levou à criação de uma linha de produtos e, em 2018, a equipe desenvolveu um novo material, o ReCORK Recycled Cork. Segundo a marca, trata-se de um material leve, durável, flexível e com amortecimento de uma forma que a cortiça havia sido feita antes, sendo um substituto ideal de carbono negativo para as espumas e plásticos à base de petróleo que dominam a indústria moderna de calçados e entressolas de tênis em particular.
O Jasper Chukka, um sapato criado com esse novo material, foi lançado no Kickstarter em fevereiro de 2019 e rapidamente atingiu sua meta de financiamento – o CicloVivo falou sobre ele aqui. No entanto, a SOLE optou por adiar a entrega aos clientes para aprimorar a fórmula da cortiça reciclada após encontrar problemas de durabilidade nas amostras. A pandemia de COVID-19 também causou atrasos adicionais, mas o tempo foi usado para refinar o material.
O modelo então agora, com tecnologia patenteada, está à venda por US$ 145. “Este sapato ambicioso, que começou sua jornada há 15 anos, é um símbolo de muito mais do que apenas um avanço na produção de calçados. Acreditamos que é um exemplo do que é possível quando você está realmente dedicado a encontrar uma maneira melhor de fazer as coisas. É um exemplo de que, quando abordado da maneira certa, você pode ter uma produção sustentável sem comprometer a função, o desempenho ou a estética”, afirma a marca Sole em seu site.
O que o modelo tem diferente?
Além da entressola feita com rolhas de vinho, o cabedal do sapato ostenta uma malha de lã Merino de qualidade premium de origem ética, proveniente de fazendas certificadas pelo Responsible Wool Standard, garantindo que as ovelhas vivam livres de crueldade. O material é respirável, naturalmente antimicrobiano e afasta a umidade da pele.
Outro ponto é que o modelo possui enchimento feito de fibra de bisão, um subproduto da indústria pecuária que iria para o lixo, e solado de látex extraído de seringueiras. Segundo a marca, as árvores são colhidas de forma sustentável ao longo de vinte anos ou mais. Por fim, o cadarço é elástico – uma opção muito requerida por atletas, mas que tem um impacto negativo que talvez pudesse ser evitado. Isso porque o cadarço é produzido com 40% de elastano, uma fibra sintética à base de poliuretano, ou seja, a partir de petróleo. Em compensação, há uma opção da marca de cadarços feitos de garrafas de água recicladas.
“Nossa missão é criar uma mudança radical para o bem das pessoas e do planeta, e o design inovador e proposital está no centro de tudo o que fazemos. Buscamos liderar pelo exemplo e aumentar nosso uso de materiais naturais, reciclados e de base biológica para minimizar nosso impacto ambiental”, diz Mike Baker, fundador e CEO da SOLE/ReCORK.
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